Ruim para os frigoríficos, bom para a inflação: Veja o impacto do mal da vaca louca no preço da carne
Ontem, o Ministério da Agricultura confirmou o diagnóstico da doença conhecida como “mal da vaca louca” no Pará.
Isso fez com que o governo suspendesse temporariamente as exportações de carne bovina para a China, seguindo o protocolo de 2015 assinado pelos dois países que estabelece um autoembargo quando identificadas ocorrências da doença.
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Os frigoríficos exportadores de carne bovina tendem a ser os primeiros impactados. Rafael Passos, analista da Ajax Capital, orienta evitar as ações da Minerva Foods (BEEF3), por exemplo.
“A Minerva deverá ser o frigorífico mais afetado pela suspensão temporária de exportação de carne bovina para a China, já que 40% da receita da companhia é originada no Brasil, contra 30% da Marfrig (MRFG3) e 15% da JBS (JBSS3)”, afirma.
No entanto, dependendo da gravidade do surto de vaca louca e o embargo à carne brasileira, aí os impactos avançam para o bolso do consumidor.
Carne: 100 dias de castigo
Em 2021, frigoríficos de Belo Horizonte (MG) e de Nova Canaã do Norte (MT) registraram casos da vaca louca. E os preços das carnes ficaram mais baratos para os brasileiros.
Na ocasião, a China suspendeu as importações de carne brasileira entre setembro e dezembro. Foram mais de 100 dias de embargo.
A China é o maior comprador de carne bovina do Brasil, tanto que cerca de 40% das exportações do setor vão para o país asiático. Quando as vendas são suspensas, parte dos produtos que seriam destinados para a exportação acabaram ficando por aqui mesmo.
Segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo das carnes teve uma deflação total de 1,63% entre setembro e novembro.
Após o fim do embargo, a inflação voltou a atacar: +1,38% em dezembro (a China liberou as exportações no dia 15 de dezembro) e +1,32% em janeiro.