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Rudá Pellini: o futuro do dinheiro

20 jan 2020, 11:30 - atualizado em 22 maio 2020, 20:16
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A tecnologia de blockchain e bitcoin veio para nos dar mais liberdade sobre nossas escolhas financeiras e facilitar nossas negociações com qualquer cidadão do mundo de forma fácil, prática e segura (Imagem: Unsplash/@davidshares)

Estamos passando por uma revolução financeira, que está apenas no começo.

Temos inúmeros exemplos relacionados a bancos digitais, fintechs e os próprios bitcoin e blockchain. São uma série de disrupções que não têm mais de dez anos. Mas isso não deve te surpreender, certo?

Vivemos na era da disrupção da disrupção, ou seja, é preciso ficar atento, pois as mudanças são aceleradas e exponenciais.

Já sentimos na pele o que essas transformações significam. É só nos lembrarmos da disrupção que a internet comercial causou em nossas vidas desde o seu advento, na década de 1990.

Hoje, é até comum ouvirmos pessoas falando: “eu sou da época em que a internet ainda não existia”. É realmente um divisor de águas na vida das pessoas e do mundo dos negócios. Isso sem falar na criação do iPhone, lançado em 2007, que mudou a forma como consumimos conteúdo e informação.

A internet conectou pessoas em rede e essa conexão extrapolou o digital e passou a influenciar o estilo de vida das pessoas e a economia. Hoje, não preciso ter uma casa de praia, pois posso alugar uma via aplicativo. Também não preciso de um patinete, pois posso alugar um por algumas horas.

Um mundo conectado permite que serviços sejam facilitados, como o aluguel de patinetes elétricos ou de uma casa, antes difíceis ou até impossíveis e que, agora, estão ao toque de uma tela (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

Esse conceito de economia circular é o oposto do consumismo exacerbado que temos vivido nos últimos anos, mas ainda faltava uma fronteira para ser atingida e aprofundar essa mudança: a disrupção do dinheiro.

Para mim, estamos exatamente na última fronteira, no início de uma transformação com potência de tsunami. E você pode se posicionar de duas maneiras diante desse movimento: no grupo que vai participar, aprender e ganhar dinheiro ou no grupo que vai ficar olhando a onda se formar e te engolir.

Nesse novo contexto, o qual estamos repensando hábitos de consumo e estilos de vida, cabe a nós sermos protagonistas das nossas vidas e do nosso dinheiro.

Quando falamos de dinheiro, onde é melhor deixar o controle? Em estruturas centralizadas e vulneráveis ou em novas formas, descentralizadas, e onde o controle fica na sua mão?

A tecnologia está permitindo que você tome as rédeas e o protagonismo da sua vida e este é, sem dúvida, o melhor momento para conhecer e adotar essas tecnologias, que protegerão sua riqueza e garantirão a sua liberdade.

Pela primeira vez, você terá a autonomia de ser dono do seu dinheiro de fato, de usá-lo quando e como quiser.

“Autonomia”, “descentralização” e “governança” são palavras-chave desse novo mundo tecnológico e prático fornecido pela tecnologia dos criptoativos (Imagem: Pixabay/kreatikar)

As maiores empresas de tecnologia do mundo, com bilhões de usuários e maiores do que países, em questão de população ou PIB, estão criando suas próprias moedas e abrindo espaço para aumentar a inclusão das pessoas no sistema financeiro. Tudo isso dentro de aplicativos dessas mesmas empresas, sejam de redes sociais, serviços de beleza ou entrega de comida.

Já pensou pagar uma conta ou fazer uma transferência direto do WhatsApp, com um simples toque de dedos?

Agora imagine o impacto que isso traz para o sistema tradicional e no quão desafiador será para os bancos, para as instituições financeiras tradicionais e para os governos.

Como eles manterão o controle sobre o dinheiro, a inflação e o preço de produtos nesse novo cenário? Teremos de criar soluções para problemas que ainda nem conseguimos imaginar.

A nossa relação com o dinheiro será muito diferente no futuro.

Provavelmente, em alguns anos, você terá um aplicativo no seu celular que servirá como uma carteira digital, na qual guardará todos os seus diferentes tipos de dinheiro ou ativos digitais: moedas governamentais, bitcoins, talvez a própria Libra do Facebook ou de algum concorrente, ações ou frações de ações de empresas em tokens.

Quando for fazer alguma compra, você escolherá com qual dessas “moedas” será mais vantajoso pagar. Já pensou em pagar por um iPhone novo usando frações de ações da Apple?

Não há porque não se encantar com a praticidade dada por essa tecnologia. É como se o mundo tivesse nas mãos dos cidadãos, algo almejado há anos por cidadãos que sofrem com sanções impostas por países desenvolvidos (Imagem: Unsplash/@bhaguz)

Indo mais além, você terá poderes e recursos para ser seu próprio banco, negociando empréstimos, financiamentos e pagamentos diretamente com pessoas desconhecidas e de outras partes do mundo através de plataformas distribuídas.

Na verdade, o que entendo como caminho natural é que o dinheiro deixará de ser propriedade dos Bancos Centrais e monopólio de governos e participará do jogo do livre mercado, assim como acontece com outros produtos e empresas.

Então, o dinheiro ganhará novos formatos, diferentes emissores e espécies e circulará livremente pela internet de uma forma tão simples quanto é, atualmente, enviar um texto para uma pessoa do outro lado do planeta.

Depois da internet, a última milha que faltava ser globalizada era a do dinheiro e, agora, estamos experimentando um mundo sem fronteiras. É muito caro não se expor e não olhar para isso!

Rudá Pellini é cofundador da Wise & Trust. Ele se define como um empreendedor em série, iniciando sua primeira empresa aos 14 anos, e estuda bitcoin, blockchain e DLT desde 2015. Atualmente, se dedica a fazer palestras e a explicar às pessoas a sua visão de futuro do dinheiro. Além disso, sua palestra se tornou livro e logo você verá “o Futuro do Dinheiro” nas principais livrarias.