Economia

Roubini: Brasil flerta com um novo rebaixamento do rating

28 jun 2017, 2:30 - atualizado em 05 nov 2017, 14:01

Apesar de o governo provavelmente conseguir se safar do processo iniciado com a denúncia do Procurador Geral da República, as reformas irão atrasar ou ficar pela estrada, avalia a consultoria Roubini Global Economics em um relatório enviado a clientes nesta terça-feira (27) e obtida pelo Money Times.

Segundo Rachel Ziemba e Pedro Tuesta, que assinam o relatório, a coalizão enfraquecida não conseguirá levar adiante as votações e isso rá limitar a recuperação econômica e os cortes de juros, além de “criar o risco de um novo rebaixamento”.

A consultoria calcula que uma votação final no Plenário da Câmara sobre a acusação de Rodrigo Janot contra Michel Temer não deve acontecer antes de agosto e novas denúncias podem atrasar ainda mais o foco que poderia ser dado às reformas.

“Tudo isso confirma nossas preocupações de que a turbulência política seja uma distração das reformas. Não só a votação das reformas será atrasada, mas será mais difícil para as reformas receberem os 308 votos necessários”, ressaltam.

Os economistas afirmam que isso pode resultar em uma diluição das propostas que, por sua vez, se tornarão insuficientes para reverter o crescimento da relação entre a dívida sobre o PIB.

“Como o Banco Central está contando com as reformas para baixar o juro neutro, o fracasso da reforma limitará a extensão da flexibilização monetária. Ainda vemos as taxas encerrando o ano em 8,5%, mas a exuberância do mercado parece excessiva”, finalizam.