Roubini: Brasil é o emergente mais exposto aos temas econômicos globais de 2017
O Brasil é o mercado emergente mais exposto aos principais temas globais para 2017 na análise da consultoria do economista Nouriel Roubini. A ideia do relatório obtido pelo Money Times é ressaltar os países que estão melhor posicionados para se beneficiar ou não dos riscos identificados pela equipe de economistas.
Os sete assuntos selecionados pela Roubini Global Economics são:
1 – Populismo: as mudanças geopolíticas nos países desenvolvidos podem fazer renascer uma visão antiglobalização, protecionismo e anti-imigração. “Isso tenderia a afetar mais severamente os mercados emergentes mais dependentes das remessas de recursos e mais abertos ao comércio, em particular, ao comércio com os Estados Unidos”, explicam os economistas.
2 – Retorno da inflação: alguns países em desenvolvimento estão encontrando o mesmo tipo de alta nos preços visto nos desenvolvidos. Este cenário tem levado a uma tendência de alta nos juros pelos bancos centrais.
3 – Divergência fiscal: uma postura de expansão fiscal nos EUA pode ampliar a concorrência entre os emissores de títulos de dívida. Os emergentes com maior espaço fiscal tendem a se beneficiar mais neste momento.
4 – Fim do afrouxamento monetário: com as condições financeiras mais apertadas, os emergentes com menor financiamento externo, maiores reservas e inflação ancorada serão os mais resilientes.
5 – Retorno da volatilidade macroeconômica e financeira na China: os emergentes mais resilientes ao enfraquecimento da economia chinesa serão os que tiverem poucas ligações diretas com o país e não muito dependentes da demanda por metais.
6 – Fim da recessão de investimentos nos emergentes: a estabilização dos preços das commodities e a melhora das decisões macroeconômicas irá levar ao fim da escassez dos investimentos e incentivar uma recuperação gradual da economia.
7 – Preços do petróleo: os exportadores de petróleo irão se beneficiar mais da recuperação dos preços da commodity, enquanto os importadores ineficientes irão ter problemas.
Abaixo, a posição de cada país com a sua pontuação (número maior = mais exposto):
Brasil
Segundo a consultoria, apesar de o Brasil estar na última posição do ranking, o país fez progressos no ano passado enquanto o baixo crescimento, austeridade e melhores receitas com as commodities ajudaram a reduzir as preocupações sobre o déficit em conta corrente e a balança comercial.
Além disso, as reformas fiscais – e a da Previdência – devem continuar a aprimorar as contas e, junto com o retorno da credibilidade do Banco Central, colocam o Brasil em uma rota de recuperação econômica.