Roteiristas de Hollywood em greve dizem que streaming trava ascensão na carreira
Ronald D. Moore começou sua carreira de roteirista de televisão em 1989, em um trabalho de nível júnior em “Jornada nas Estrelas: A Nova Geração”, antes de subir na hierarquia para produzir sucessos como “Battlestar Galactica” e “Outlander”.
Esse caminho para o sucesso é difícil de encontrar na Hollywood de hoje, dizem Moore e outros roteiristas, e é uma das razões pelas quais o Writers Guild of America (WGA) convocou uma greve que começou em 2 de maio e ameaça minar a temporada de TV.
“Se eu estivesse começando hoje, seria um negócio muito mais difícil do que quando comecei minha carreira”, disse Moore, de 58 anos, enquanto fazia piquete do lado de fora da Universal Studios, da Comcast Corp, em Burbank, Califórnia.
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Como treinar e apoiar uma nova geração de roteiristas é um ponto crítico nas negociações contratuais entre WGA, que representa 11.500 roteiristas de cinema e TV, e os principais estúdios de Hollywood. Ambos os lados concordam que as mudanças trazidas pela revolução do streaming de TV reduziram as oportunidades de trabalhar em sets e ver em primeira mão como a televisão é feita.
Uma década atrás, quando séries dominavam a televisão, as temporadas geralmente duravam 22 episódios. Depois que um ou dois eram escritos, as filmagens começavam e a equipe de roteiristas ia para o set para ajudar na produção. Eventualmente, poderiam trabalhar para executar sua própria série.
Netflix e outros serviços de streaming começaram a criar séries mais curtas em “mini salas” com menos roteiristas. Para uma série de streaming, 10 a 12 episódios são escritos de uma só vez e muitos dos roteiristas são dispensados antes do início das filmagens.
Ao mesmo tempo em que reduz seu potencial de remuneração, esse sistema também “está limitando os níveis de experiência desses roteiristas”, disse John August, membro da equipe de negociação do WGA. “Eles não vão aprender a fazer uma série.”