Rombo da Americanas (AMER3) pode abocanhar até 30% do lucro dos bancos, calcula XP
A Americanas (AMER3) divulgou, nesta amanhã, a sua lista de credores, cumprindo uma importante etapa da sua recuperação judicial. O valor assusta e pode trazer impactos para os bancos, calcula a XP em relatório publicado nesta quarta-feira (25).
A maior dívida da Americanas é com o Deutsche Bank, de R$ 5,22 bilhões, na sequência, vem a dívida bilionária com o Bradesco (BBDC4), de R$ 4,5 bilhões.
Veja a lista dos bancos:
- Deustche Bank: R$ 5,2 bilhões
- Bradesco: R$ 4,5 bilhões
- Santander Brasil (SANB11): R$ 3,6 bilhões
- BTG Pactual (BPAC11): R$ 3,5 bilhões
- Votorantim: R$ 3,2 bilhões
- Itaú (ITUB4): R$ 2,7 bilhões
- Safra: R$ 2,5 bilhões
- Banco do Brasil (BBAS3): R$ 1,3 bilhão
- Caixa Econômica Federal: R$ 501 milhões
Os analistas dizem que os bancos podem optar por provisionar esse valor já no quarto trimestre ou nos resultados do primeiro trimestre de 2023.
“Em ambos os casos, esperamos que o impacto nos resultados seja mais significativo para BTG, Santander e Bradesco (em torno de 20-30% de seu lucro líquido)”, calcula.
Por outro lado, Banco do Brasil e Itaú devem ser os bancos menos afetados (menos de 10% do lucro líquido).
Os analistas Renan Manda e Matheus Guimarães, que assinam o relatório, também não descartam provisões adicionais do valor nos trimestres seguintes, caso o novo cronograma de pagamentos da empresa sofra atrasos ou os bancos façam rebaixamentos adicionais em sua classificação de risco.
O Inter Research também vai na mesma linha ao dizer que Santander e o Bradesco são os mais impactados, representando 0,8% e 0,5% da carteira, respectivamente, enquanto o Itaú e o BB apresentaram 0,2% de exposição da carteira total em saldo com a Americanas.
“Em termos de impactos no patrimônio líquido destes bancos, o Santander sofreria com 4,5% do PL total, seguido pelo Bradesco com 3,1%, Itaú com 1,8% e BB com 0,9%”, coloca.
O Inter diz, porém, que o efeito Americanas tem impactos limitados ao setor, “não ocasionando maiores prejuízos no médio e longo prazo que possa afetar substancialmente o valor destas instituições”.