Comprar ou vender?

Rodolfo Amstalden: Te encontro na praça de alimentação, pode ser?

07 out 2018, 15:33 - atualizado em 07 out 2018, 15:33

Se você estava almoçando no Shopping JK Iguatemi na última quarta-feira, provavelmente ouviu um estrondo.

Um estouro na praça de alimentação provocou pânico geral; pessoas largando seus bifes com batata frita pela metade, fugindo desnorteadas.

Boatos de tiros, arrastão, explosão e incêndio concorriam no imaginário dos frequentadores do shopping.

Uma das presentes relatou o seguinte:

“Foi um desespero total, muita gente corria sem saber o que estava acontecendo. Algumas pessoas se machucaram porque foram praticamente pisoteadas por outras. Por conta do barulho, as pessoas se assustaram e não sabiam se havia explodido algo no restaurante ou se era alguém que estava atirando.”

No fim da tarde da mesma quarta-feira, a situação na praça de alimentação estava normalizada e não havia mais indícios da confusão.

Ao que tudo indica, houve falha no cilindro de CO2 do sistema de exaustão de uma hamburgueria. Nem mais e nem menos do que isso.

Na ficção, não encontraríamos analogia melhor para descrever o mercado financeiro.

O mercado é uma praça de alimentação lotada, cuja rota de fuga se dá por escadas rolantes estreitas.

Por quê tão estreitas?

Pois, durante 99,9% do tempo, ninguém pensa na necessidade de sair correndo de uma praça de alimentação.

As pessoas vão ao shopping para passear, comer e fazer compras. Ninguém vai ao shopping vislumbrando desespero.

Investidores também vão ao mercado ambicionando riqueza. Todos querem passear, comer, comprar barato e vender caro.

No entanto, em algumas situações raras e imprevisíveis, ocorre uma falha no cilindro de CO2 do mercado, e tudo vira uma grande confusão.

Investidores em pânico vendem seus ativos a qualquer preço, apenas para poder sair rápido da posição.

Então, num fim de tarde qualquer, ficamos sabendo que aquilo era só mais um susto. Não houve arrastão, não houve incêndio. Era apenas uma falha no sistema de exaustão.

Com raiva dos outros e de si mesmos, muitos daqueles investidores em pânico nunca mais voltarão ao mercado; ficaram traumatizados.

Em compensação, aqueles que respiraram fundo e não venderam no pior momento puderam, de fato, comprar ativos excelentes a preços de barganha, e hoje estão muito mais ricos.

Não há juízo de valor universal aqui. Às vezes, devemos agir por impulso mesmo, e outras vezes temos que recorrer conscientemente à razão.

Importa apenas tomar nota de que nem todos os estouros implicam consequências desastrosas. Aliás, dado um barulho incógnito de estouro, é mais provável que não seja nada do que seja algo perigoso.

Independente de qual seja o resultado da eleição, e de como ele será interpretado, suas estratégias de renda continuam válidas e crescentemente rentáveis.

Estamos aqui para avisá-lo caso ocorra uma explosão de fato, algo que coloque em risco suas finanças.

Até segunda ordem, continue sentado, termine seu bife com batatas.

Se os outros correm hoje para fora da Bolsa, não sabem o que está acontecendo.

Se correrão amanhã para dentro da Bolsa, chegarão atrasados.

Quem está, no momento atual, ganha mais do que quem vai e quem fica.

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