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Rodolfo Amstalden: Sobre a nossa vigília, que é minha e sua

15 fev 2019, 10:32 - atualizado em 15 fev 2019, 10:33

Por Rodolfo Amstalden, da Empiricus Research

Enquanto você acorda, estou indo dormir. Logo mais, quando você for dormir, estarei acordando.

Então bom dia para você que é arrojado. Mas, se for conservador, pode ser meu amigo também.

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Na linguagem tosca do “suitability” (cama de Procusto), o investidor arrojado é aquele credenciado a escolher dentre todas as classes de ativos. Mais versátil, portanto.

Chamam por aí nosso marketing de arrojado. Devo presumir, por identidade, que se trata de um marketing versátil. Destacamos ambições individuais e também sociais. Uma coisa não exclui as outras.

Prova disso está na Nova Previdência, enfim saindo do forno, que deixará você mais rico (Ibov esticou para +2,27 por cento ontem) e fará todos nós, como nação, mais ricos também.

Publicitaremos a Nova Previdência assim como publicitamos a Oportunidade da Década. Natural que seja assim, pois elas são complementares, tal como eu (Empiricus) e você (leitor).

Estamos sentados lado a lado, vivendo nesta mesma casa, situada em uma ruazinha ortogonal, que corta a Faria Lima ao meio. Há algumas dessas vielas aqui no Itaim, geralmente despercebidas pelos engravatados de patinete acelerado.

Em tal casa, é como se você, leitor, estivesse acordado durante o dia e eu, Empiricus, permanecesse de olhos abertos durante a noite.

Dessa forma, o alcance de nossa consciência financeira é total, repartido igualmente em metade e metade.

Tudo aquilo que eu enxergo de errado durante a noite, conto a você aqui, no Day One.

Tudo aquilo que você enxerga de errado ao longo dia, conta para mim no e-mail [email protected].

Assim vamos montando nosso réquiem – um grande trabalho para trazer paz ao espírito dos mortos e curar suas feridas.

Esses mortos, no caso, são cada real que perdemos ou que deixamos de ganhar, não pelas agruras de um investimento em si, que são sempre “cost of the business”, mas, sim, pela incompetência ou sacanagem de algum financista que teima em atrapalhar nosso sono, “cost of the bad business”.

Quando eu lhe digo bom dia, você me diz boa noite. Vamos juntos nessa vigília. E coitado daquele que quiser adentrar nossa casa sem ser convidado.

Vale – O oposto do erro nem sempre é o acerto

Fabio Schvartsman disse coisas importantes ontem. Por exemplo, que os gestores locais da Vale têm grande autonomia para tomar decisões em caso de perigo iminente, sem depender de instâncias superiores.

Mais especificamente, o gerente local de cada mina tem nas mãos um cheque de 40 milhões de reais e liberdade para decidir sobre onde construir os prédios administrativos.

“Não vem para a diretoria se vamos construir refeitório aqui ou acolá, vamos mudar prédio administrativo para aqui ou acolá. Não é assunto que chega à diretoria. O camarada tem a responsabilidade e a autoridade para fazer essas coisas na sua conta.”

Prova tristíssima disso é que o gerente de Brumadinho morreu também no local, skin in the game.

Qual é o ponto? Tentando achar culpas e soluções, muitas vozes de fora pedem por uma maior centralização das decisões na Vale (ou mesmo na Petrobras), de forma que nada passe despercebido.

A empresa é gigantesca, não há como centralizar sem perder toda a eficiência da operação. O caminho não é um grande e só, mas, sim, vários pequenos.

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