Opinião

Rodolfo Amstalden: Quando você vai parar de gostar de dinheiro?

24 fev 2019, 23:32 - atualizado em 24 fev 2019, 23:32
(Pixabay)

Por Rodolfo Amstalden, da Empiricus Research

Ei, leitor, se não estiver muito ocupado por aí, peço um minuto de sua atenção para imaginarmos o seguinte diálogo hipotético:

Jornalista – Então você decidiu executar esta nova empreitada para ganhar ainda mais dinheiro?

Empresário bilionário – Bem, na verdade estou aqui porque gosto e porque sinto que posso fazer mais. Mas, sinceramente, não tem a ver com dinheiro. Vou ganhar mais dinheiro para quê? Pra trocar de carro? Comprar meu apartamento?

Numa primeira fase do ciclo financeiro, dinheiro serve – é claro – para comprar coisas.

A maioria de nós não ultrapassa essa primeira fase, e tudo bem. Podemos ser tremendamente felizes trocando dinheiro por bens e serviços de qualidade crescente.

Inclusive, hoje existem inúmeros estudos publicados pela Economia Comportamental (eis aqui um exemplo) identificando limites nominais para o quanto de felicidade conseguimos extrair do dinheiro.

Grosso modo, esse limite aparece em pesquisas de “satisfação pessoal” para rendas anuais entre 300 mil e 500 mil reais, dependendo do país.

Daí em diante, a pergunta que cabe é:

E para além da renda de 500 mil reais por ano? As pessoas simplesmente param de gostar de dinheiro?

Não, não é o caso.

Pois dinheiro serve primeiro para comprar coisas e depois para comprar segurança, liberdade e/ou poder.

A tal satisfação pessoal pode até saturar com 500 mil reais de renda anual, mas os demais objetivos são de mais difícil saturação.

Veja, isso não é um papo só para milionários ou bilionários.

Mesmo partindo de valores mundanos – acessíveis para mim e para você -, as pessoas que mais enriquecem são justamente aquelas que percebem, desde cedo, que dinheiro não serve só para comprar carros ou apartamentos.

Se você tem 50 mil reais aplicados em um bom Fundo de Investimentos, você está em situação financeira mais segura do que 80% dos brasileiros.

Se você investe desde já em uma bela SuperPrevidência privada, com aportes a partir de mil reais por mês, seu futuro financeiro vai se enchendo de escolhas entre descansar, viajar pelo mundo ou trabalhar apenas com aquilo que lhe dá tesão.

Quanto ao poder em si, não faz muito o meu tipo.

Gosto muito de dinheiro, isso sim, no meu bolso e no seu. Se você enchê-lo mais do que eu, me dou por satisfeitíssimo. Terei executado essa minha velha empreitada.

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