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Rodolfo Amstalden: Prestes a acontecer em 2021

17 dez 2020, 16:24 - atualizado em 17 dez 2020, 16:25
Rodolfo Amstalden
“Me sentiria mal comigo mesmo de começar o ano que vem com uma baixa exposição a ativos de risco brasileiros” diz o colunista. (Imagem: Murilo Constantino/Empiricus)

Você que já nos conhece há muito ou há pouco tempo sabe que não somos afeitos a previsões financeiras para um próximo ano.

“Não somos afeitos” é, na verdade, um eufemismo. 

Rechaçamos previsões financeiras por completo. Não há como fazê-las, são perigosíssimas. Wrong maps.

A única coisa que posso dizer honestamente a você sobre 2021 tem a ver com algo que estou fazendo para mim mesmo, num âmbito profissional e pessoal.

Conforme disse ao Richard poucos dias atrás, me sentiria mal comigo mesmo de começar o ano que vem com uma baixa exposição a ativos de risco brasileiros.

Quero ter bastante Bolsa brasileira na carteira, e também alguma Bolsa gringa. Quero ter FIIs e REITs. Quero ter muito mais reais do que dólares.

Não é rotation trade, é só o bom e velho bullish trade mesmo, com base num “represamento de vontades” durante a pandemia que pode ser extravasado saudavelmente no ano que vem.

Se isso vai dar certo, é outra história. É uma postura naturalmente ousada, bem mais “arrojada” (whatever that means) do que as alocações que escolhi para começar 2019 e 2020, por exemplo.

Então, se eu quebrar a cara com isso, terei que saber encarar o erro de frente.

Isso vale para você também, e para qualquer outro investidor de cabeça adulta. Reconheça suas faltas.

Por menor que seja o custo de oportunidade do CDI ou de eventual upside do dólar, fazer um ano de retorno negativo é sempre muito doloroso; não existe consolo.

No entanto, também não existe martírio. Algumas decisões devem ser julgadas mais pelas premissas disponíveis no momento decisório e menos pelos resultados propriamente ditos.

Sentir dor é uma coisa, estar arrependido é outra coisa, inteiramente diferente.

Posso inclusive considerar saudável um cenário prospectivo no qual sinto as dores do prejuízo, mas sem estar arrependido por ter tomado risco hoje, especialmente se esse é um risco de perda com o qual posso arcar no emocional e no financeiro.

Só quem sabe se eu vou estar feliz ou triste com minha escolha atual é o dezembro de 2021. 

Se você quer saber se o Ibovespa vai fechar ano que vem acima dos 130 mil pontos, pergunte ao dezembro de 2021. 

Contudo, a depender da resposta, o Ibovespa já fecha em 130 mil pontos em dezembro de 2020 mesmo… vai saber!

Paciência pode ser uma virtude boa para o investidor, mas não é característica típica do mercado.

O mercado sobe quando quiser, na intensidade que quiser.

E você toma risco se quiser também.

Se não quiser, toma o risco de não ter tomado o retorno esperado.

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