Opinião

Rodolfo Amstalden: Estou deitado, sonho que escrevo o Day One

22 ago 2019, 10:16 - atualizado em 22 ago 2019, 10:16
Colunista discorre sobre incapacidade de prever o futuro e concretude de mapear cenários possíveis (Imagem: Bloomberg)

É de manhã, bem cedo. Ainda não posso acordar de maneira apropriada. Então, estou pronto para o trabalho.

O sonho prepara o sonhador para o dia seguinte.

A frase clássica de Carl Jung é facilmente digerida dentro do contexto das finanças.

Também a análise de ativos financeiros deveria PREPARAR o investidor para o dia seguinte.

Porém, no momento em que o analista (aquele que não trabalha na Empiricus) ambiciona PREVER o futuro, qualquer capacidade de preparação se faz morta.

É como na dicotomia do gato de Schrödinger: você não consegue prever o futuro e se preparar para o futuro ao mesmo tempo; tem que escolher uma das duas coisas. Diante da impossibilidade da primeira, ficamos com a segunda.

Se honesto e valioso, o exercício de análise financeira escapa à vaidade de tentar acertar o que vai acontecer amanhã.

Voltemos a Jung:

A ocorrência de sonhos prospectivos não pode ser negada. Seria errado chamá-los de proféticos. São meramente uma combinação antecipada de probabilidades que podem coincidir com o comportamento real das coisas, mas não precisam necessariamente concordar em todos os detalhes.

A lógica da boa análise prospectiva é perfeitamente análoga: ela nada tem de profética, e sua utilidade não depende de profecias. A única tarefa nobre que resta ao analista é a de suscitar combinações de probabilidades e impactos que possam coincidir com o comportamento real das coisas.

Existe um cenário futuro em que OIBR3 vira pó e outro cenário em que OIBR3 sobe +200 por cento. Qual é o cenário “verdadeiro”? Não importa. A rigor, essa pergunta nem faz sentido. Eu nunca tive um sonho de verdade, pois nunca tive um sonho de mentira.

Quando me pegam desacordado na rua e me param para elogiar uma Empiricus ACERTADORA, eu agradeço muito, é claro, mas declino humildemente do status.

Se fomos de fato “acertadores” em determinadas situações complexas (exemplos: O Fim do Brasil, Virada de Mão, comprar Bolsa a 40K, os primeiros a falar de ouro), isso resulta tão somente de uma Empiricus PREPARADORA.

Vivemos do propósito de preparar o investidor brasileiro, prepará-lo para o que der e vier.

Este é um país meio doido, você sabe, um mercado doido. Não temos tempo a perder bancando de otimistas ou pessimistas, esquerda ou direita, governistas ou oposicionistas.

Não podemos nos dar ao luxo de brincar de futurologia; deixemos tal distração aos garotos da Faria Lima.

Esses garotos, boys playing in a sandbox, fazem horas extras 24/7, dormem pouco, não sabem mais sonhar. Insones que são, só lhes resta prever o futuro.

Eles lá e nós cá, preparando-nos, mais uma vez, para aquilo que chamamos, sem banalizar, de oportunidade de uma vida.

De olhos bem fechados, meu amigo Felipe Miranda acabou de apanhar um sonho de +203 por cento em menos de três meses, multiplicando o capital dos seus leitores por três vezes.

Agora, ele imagina ter em mãos uma nova possibilidade de dobrar um investimento em questão de poucos meses.

Já sonhamos com isso antes, mais de uma vez. Para quem ficou dormindo acordado, a hora de agir pode ser agora.

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