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Rodolfo Amstalden: Debêntures participativas da Vale – outro jeito de surfar o superciclo das commodities

16 maio 2021, 12:01 - atualizado em 14 maio 2021, 18:49
Vale
“A Vale, uma das maiores mineradoras do mundo, tem um horizonte bastante promissor”, defende o colunista (Imagem: REUTERS/Washington Alves)

Diversos estudos e análises indicam que o mundo está entrando em um superciclo das commodities, um período prolongado de elevados preços das matérias-primas.

Esse movimento deve ser impulsionado principalmente pela forte demanda da China e dos Estados Unidos, duas potências que devem liderar a recuperação da economia global pós-crise do coronavírus. 

Assim, a Vale, uma das maiores mineradoras do mundo, tem um horizonte bastante promissor.

Os metais industriais estão em plena valorização. O minério de ferro com teor 62% de qualidade vem sendo negociado acima de US$ 200 a tonelada, batendo recordes.

Por conta disso, aqui na Empiricus, as ações da Vale (VALE3) são recomendadas e seguem nas carteiras Oportunidades de Uma Vida, liderada pelo Felipe Miranda, e As Melhores Ações da Bolsa , que é conduzida pelo Max Bohm.

Além de ainda ter espaço para valorização na Bolsa, a empresa poderá pagar dividendos gordos para os seus acionistas este ano – como já comentei em outra newsletter.  

Hoje eu quero lhe contar que existe um jeito diferente, ainda pouco conhecido, de investir na companhia: através das debêntures participativas perpétuas da Vale (CVRDA6).

São títulos de crédito privado que pagam prêmios (rendimentos) semestrais, quando as receitas da empresa atingem certos limites.

Você precisa conhecer essa forma menos convencional de investir na gigante brasileira.

Retomando brevemente a história, esses títulos foram emitidos pela mineradora no final dos anos 90, antes da sua privatização.

Na ocasião, a empresa distribuiu a todos os seus acionistas 388,6 milhões de debêntures – uma para cada participação acionária.  

A maior parte ficou com a União e com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), exatamente 55% do total em circulação.

Ao longo de mais de 20 anos, poucos deram atenção a esses papéis. Eles não tinham liquidez, tiveram poucas negociações no mercado secundário e os preços ficaram estagnados.

Agora, essas debêntures voltaram a ser muito comentadas.

Isso porque, no início de abril deste ano, a União e o BNDES venderam todos os papéis que detinham, dentro do plano de ajustar as contas públicas e reduzir o déficit fiscal. 

Então, essa grande quantidade de debêntures em circulação aumentou a liquidez e abriu oportunidades para novos investidores.

Mas, você deve estar se perguntando: como funciona esse investimento?

À primeira vista, pode parecer que uma debênture participativa perpétua é algo complexo, mas não é.

VALE3 Vale
De acordo com as estimativas, a debênture da Vale (CVRDA6) pode oferecer um yield nominal entre 7% e 10% para os próximos 12 meses em dólares (Imagem: Reuters/Denis Balibouse)

A dinâmica desse título pode ser explicada de uma maneira clara e simples:

  • É participativa, pois seus titulares têm participação em resultados específicos da empresa,
  • e perpétua, pois trata-se de um título sem prazo de vencimento.

Essa debênture da Vale tem cotação diária no mercado. Atualmente, o seu preço está em algo entre R$ 50 e R$ 60, depois de quase ter dobrado nos últimos 12 meses, segundo dados da Anbima.

A grande vantagem é que ela paga prêmios semestrais (também costumam ser chamados de cupons ou rendimentos). Esses pagamentos são variáveis – não há uma taxa específica.

O motivo disso é que esses prêmios estão vinculados às receitas de algumas minas – o Sistema Norte, em Carajás, no Pará, e o Sistema Sudeste. 

Conforme a escritura da debênture, ou seja, seu documento oficial, equivalem a 1,8% da receita líquida de minério de ferro, 1,25% da receita líquida de cobre, ouro e subprodutos e 1% dos demais minerais. 

Um ponto relevante é que as receitas são em dólares e, depois, convertidas em reais para a distribuição dos prêmios/cupons.

A equipe de analistas da série Palavra do Estrategista do Felipe Miranda projetou, com base em dados da Vale, bancos e assets, os prêmios semestrais que podem ser pagos nos próximos anos.

De acordo com as estimativas, a debênture da Vale (CVRDA6) pode oferecer um yield nominal (rentabilidade do prêmio) entre 7% e 10% para os próximos 12 meses em dólares, dependendo de cenários – do pessimista ao otimista. 

E uma boa notícia é que as debêntures participativas Vale (CVRDA6) estão mais acessíveis. Na plataforma da Vitreo, é possível fazer esse investimento a partir de R$ 15 mil, no horário de funcionamento do mercado.

Esse tíquete é inferior ao praticado por outros bancos e corretoras, onde temos visto um valor inicial mínimo de investimento acima de R$ 100 mil. 

Outra vantagem é que, na Vitreo, a taxa é zero para qualquer operação relacionada às debêntures participativas da Vale.  

Então, aí está uma outra maneira de investir na Vale, a gigante da mineração, e ter renda extra – dinheiro pingando na sua conta a cada seis meses.

Um abraço!

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