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Robôs com olfato oferecem alternativa para testes de Covid

01 out 2020, 16:44 - atualizado em 01 out 2020, 16:44
Coronavírus Testes
Os patógenos produzem compostos orgânicos voláteis únicos, uma espécie de impressão digital de odor, liberados por células enfermas (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

Uma startup de biotecnologia chamada Koniku tenta desenvolver robôs que possam detectar infecções por Covid-19 mais rápido do que testes convencionais.

A tecnologia une neurônios com um chip de silício para criar um “ciborgue com olfato” capaz de detectar odores que variam de explosivos a patógenos.

O primeiro ensaio clínico da Koniku começou há três semanas e examinará amostras de pacientes testados para Covid-19 para comparar quão bem o robô com olfato detecta o vírus em comparação com métodos tradicionais. Pequenos ensaios internos já demonstraram que o robô pode detectar com precisão a presença de influenza A.

“Nosso objetivo é ter um dispositivo que combine biologia sintética com silício e mapeie todos os odores da vida humana em escala global”, disse Oshiorenoya Agabi, diretor-presidente e cofundador da empresa com sede em San Rafael, na Califórnia. “Devemos ter um aparelho em cada casa nos EUA para fazer o rastreamento de doenças.”

Os patógenos produzem compostos orgânicos voláteis únicos, uma espécie de impressão digital de odor, liberados por células enfermas. Esses odores característicos são as mesmas pistas biológicas que permitem aos cães farejar dezenas de doenças. A Finlândia testou a capacidade de cães de detectar a Covid-19 em um teste no aeroporto de Helsinque no mês passado.

O dispositivo da Koniku, o Konikore, é um pouco menor que um frisbee e se assemelha a um disco voador. Quando as proteínas em seu chip se unem a um olfato que foi programado para detectar, as células amplificam e processam esses sinais com a ajuda do aprendizado de máquina, e o aparelho acende.

Em um recente teste de campo no Alabama, o aparelho foi capaz de detectar explosivos melhor do que cães treinados. O teste foi conduzido por policiais e pela gigante aeroespacial Airbus, investidora e parceira da Koniku que tem trabalhado para implantar a tecnologia em aeroportos.

A Koniku planeja realizar testes de campo com a Airbus no Aeroporto de Changi em Cingapura e, em seguida, no Aeroporto Internacional de São Francisco ainda este ano.

A fusão de biologia e tecnologia de computação da Koniku – frequentemente chamada de “wetware” – é um campo em crescimento. Os investidores da empresa incluem o SoftBank, Platform Capital, Halfcourt Ventures, Aeroporto de Changi e o braço de capital de risco da Airbus.

A Koniku contratou a Treximo, uma consultoria de biotecnologia e gerenciamento de projetos, para conduzir seus testes para o SARS-CoV-2. Os testes para novos dispositivos são normalmente muito mais rápidos e menos intensivos do que os de novos medicamentos. A Treximo espera que os testes sejam conduzidos com as medidas necessárias para solicitar uma autorização de uso emergencial junto à agência FDA dos EUA no primeiro trimestre de 2021.