Roberto Campos Neto olha com cuidado inflação nos EUA; ‘parece estrutural’
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou, em evento realizado na sede do Estadão, que olha com atenção a inflação nos Estados Unidos e a disparada dos rendimentos do tesouro público.
De acordo com o presidente da autoridade, a inflação no país parece estrutural e a questão agora é saber quanto tempo a alta dos preços vai perdurar.
“Acho que temos várias explicações para os juros americanos. Temos China vendendo títulos, tem o cenário fiscal. A partir de 2010, a dívida americana só subiu”, discorre.
Ainda segundo Campos Neto, o risco-país nos Estados Unidos foi o pior do ano.
“Os juros mais altos nos EUA levantaram quase todas as curvas de juros no mundo”, afirmou.
Campos Neto afirmou ainda que, aparentemente, a alta dos juros básicos nos EUA poderá ocorrer em dezembro, e não em novembro, considerando a curva norte-americana. “Vai depender dos números recentes”, acrescentou.
Ele destacou ainda que os juros mais altos nos EUA reduzem a liquidez para as economias emergentes.
“A cada seis meses que estes juros ficam altos (nos EUA), são mais seis meses de custo maior de rolagem de dívida”, afirmou Campos Neto. Segundo ele, os países desenvolvidos são impactados em um primeiro momento, mas o fenômeno também “suga” a liquidez dos emergentes.
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China é outra fonte de cuidado
Segundo Campos Neto, a China, o maior parceiro comercial do Brasil, também é olhado com cuidado no cenário global.
O presidente do BC lembra que o próprio governo chinês já informou que irá mudar o modelo de negócio de crescimento, mais baseado em inovação e consumo local.
“Precisamos entender o que significa. Essa mudança vai implicar em crescimento mais baixo”, coloca.
Com informações da Reuters