‘RJ da AgroGalaxy (AGXY3) é preocupante para o mercado e pode gerar efeito cascata’, vê diretor do Ministério da Agricultura
O diretor de gestão de risco agropecuário do Ministério da Agricultura e Pecuário (Mapa), Jonatas Pulquerio, enxerga o pedido de recuperação judicial da AgroGalaxy (AGXY3) como preocupante para o agronegócio brasileiro e, especialmente, para o mercado de capitais.
Em seu perfil no Linkedin, Pulquerio reforçou que a AgroGalaxy é um dos grandes players no fornecimento de insumos e serviços agrícolas, enfrentando desafios financeiros que podem gerar um efeito cascata sobre seus parceiros e clientes, impactando diretamente a produção agrícola no Brasil.
“Esse tipo de evento pode minar a confiança de investidores e credores, tanto nacionais quanto internacionais, o que afeta diretamente o acesso ao crédito e ao capital necessário para impulsionar o setor. Sem uma solução adequada, as consequências podem incluir o aumento dos custos de produção, redução de investimentos e, em última análise, prejudicar o crescimento do setor”, disse.
Para o diretor, é fundamental que o governo, através de políticas agrícolas e medidas emergenciais, ajude a restaurar a confiança no mercado. Segundo ele, programas como o seguro rural, incentivos fiscais e a criação de novos instrumentos financeiros podem ser essenciais para estabilizar o cenário, oferecendo um amparo aos produtores e empresas afetadas.
“A recuperação do agronegócio não depende apenas de fatores internos, mas também de uma estrutura de crédito sólida que garanta a continuidade das operações. Este é um momento em que políticas públicas eficazes devem ser implementadas com agilidade para evitar que crises pontuais se transformem em uma crise sistêmica no agronegócio brasileiro”.
A notícia da recuperação judicial movimentou o mercado de Fiagros (Fundos de Investimentos nas Cadeias Produtivas do Agronegócios), já que alguns fundos contam com exposição à empresa.
Segundo Caio Nabuco, analistas de fundos imobilários da Empiricus Research, o evento representa um pouco do risco que o setor convive nos últimos meses, com pressão de preços e margens da cadeia.