Rival rouba lugar de Magazine Luiza (MGLU3) e é uma das 10 melhores apostas para o mês, segundo analista; veja
Após dois meses entregando resultados aquém do esperado, a ação do Magazine Luiza (MGLU3) foi excluída da carteira mensal da Empiricus Research.
Os papéis, que entregaram um retorno negativo de aproximadamente 17% em agosto, perdeu espaço no portfólio da casa de análise depois que as expectativas de uma arrancada pós-início de corte de juros no Brasil não se concretizaram.
O mês passado, inclusive, entrou para a história da Bolsa brasileira pela maior trajetória de derrotas marcada pelo Ibovespa, com uma sequência de 13 pregões de queda.
Ao Giro do Mercado, o analista Fernando Ferrer explica que a correção de papéis cíclicos domésticos, em especial do varejo, é natural após a forte valorização dos últimos meses.
Além da realização de lucros recente, contribuiu para pesar sobre as ações a temporada de resultados do segundo trimestre do ano, que, de certa forma, frustrou as expectativas do mercado – principalmente as varejistas.
Para completar, explica Ferrer, as notícias negativas no exterior serviu para afastar investidores de ativos de maior risco.
“Lá fora, o grande balizador dos investimentos, da tomada de risco dos investidores, são os Treasuries de 10 anos. A taxa foi de 3,50-3,60% para 4,30%, e esse patamar não víamos desde 2002. A gente viu o fluxo saindo dos mercados emergentes, dos ativos de risco, e indo para os ativos mais defensivos, que estavam pagando um juro bem melhor”, comenta o especialista.
Ferrer avalia, no entanto, que a migração de recursos aconteceu por fatores técnicos e não deve perdurar por bastante tempo. Portanto, a Empiricus segue otimista com os ativos cíclicos domésticos, principalmente porque as projeções ainda pendem para uma manutenção da queda dos juros brasileiros.
Uma opção melhor que MGLU3 no varejo de e-commerce
Segundo Ferrer, a saída de Magazine Luiza se deu por conta de um contexto competitivo ainda desafiador para a companhia. O analista acredita que a recuperação da varejista pode demorar um pouco mais para acontecer, embora entenda que a empresa deve entregar um desempenho melhor daqui para frente.
Porém, dentro de um prazo mais curto, a Empiricus entende que o Mercado Livre (MELI34) pode andar melhor.
Ferrer explica que, após o evento Americanas (AMER3), esperava-se que o Mercado Livre e o Magazine Luiza se beneficiassem da saída de um player relevante para o mercado de e-commerce brasileiro. No entanto, grande parte do movimento acabou sendo absorvido apenas por Mercado Livre.
Ferrer destaca que um ponto forte do Magazine Luiza é a exposição a lojas físicas, defendido pela companhia como um “motor de rentabilidade para ela. Com o omnichannel, a empresa oferece uma experiência melhor ao cliente.
“Mas o curioso é que o Mercado Livre, sem ter lojas físicas, consegue dar uma experiência tão boa ou até melhor que o Magazine Luiza – e não tem o lado ruim de ter as lojas físicas (arcar com custos de manutenção, funcionários etc.)”, pontua o analista.
Além de Magazine Luiza, a carteira 10 ideias da Empiricus ganhou mais uma atualização. Outra varejista saiu do portfólio para dar espaço a um ativo exposto ao setor imobiliário. Confira aqui as recomendações da casa para setembro.