Riscos limitados e grande potencial de alta: Vale comprar esta petroleira, defende BTG
O time de analistas do BTG Pactual atualizou recentemente as estimativas da petroleira júnior 3R Petroleum (RRRP3), passando a considerar na tese os atrasos na incorporação do Polo Potiguar e uma previsão de produção de 61 mil barris de óleo equivalente (boe) por dia, 11% menor que antes.
Desta forma, a projeção de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 50% e 14% para 2023 e 2024, respectivamente.
O preço-alvo também foi cortado, de R$ 85 para R$ 52, refletindo principalmente a diluição após o recente aumento de capital. O banco reforçou, por outro lado, a recomendação de compra. Mesmo com a redução em quase 40% do preço-alvo, as ações da 3R Petroleum ainda podem oferecer um retorno atrativo de 63%.
“Nosso modelo assume que a RRRP entregará 15% abaixo da curva de produção 2P incorporada em seu relatório de reservas, o que significa que o atual múltiplo de 3 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) 2024 é atraente, pois já leva em consideração o alto risco de execução”, dizem Pedro Soares, Thiago Duarte e Bruno Lima, responsáveis pelo relatório divulgado na sexta-feira (18).
O BTG destaca que um yield (rendimento) de geração de caixa mais baixo em 2024 em relação aos pares pode impedir uma rápida expansão de múltiplo, mas vê o risco como limitado.
Em um cenário de alta nos preços do petróleo, a 3R Petroleum é a empresa dentro do universo de cobertura da instituição que mais se beneficiará, dada a maior alavancagem operacional, acrescenta.
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Tendência positiva de produção
A administração da 3R Petroleum, em reunião com o BTG, sinalizou confiança com a melhora operacional de Potiguar, Recôncavo e Peroá.
Papa-Terra continua sendo o principal desafio, com os principais sistemas longe dos níveis ideais, o que, na avaliação dos analistas, pode levar a uma maior volatilidade da produção.
No entanto, o BTG avalia como improvável que a companhia entregue uma produção consolidada abaixo de 42 mil boe/dia no terceiro trimestre e 45 mil boe/dia no quarto trimestre.
“A administração vê uma taxa de produção de 50 mil boe/dia como viável em dezembro. Se alcançado, vemos um potencial de surpresa positiva vs. nossas estimativas e do consenso”, completa.
A conversa também recaiu sobre riscos de um potencial não cumprimento de cláusulas de endividamento. Neste quesito, a 3R Petroleum sinalizou que a situação está sob controle.
“A RRRP deve cumprir o indicador de 3,5 vezes dívida líquida/Ebitda até final de 2023 e 3 vezes depois disso, bem como um ICSD abaixo de 1,15 até o segundo trimestre de 2024 e 1,5 depois. Está confiante de que os riscos no curto prazo só aumentarão se os preços do petróleo alcançarem em torno de US$ 60/barril até final do ano, o que parece improvável”, conta o BTG.
Mesmo se este cenário se concretizar, os analistas veem um possível diferimento de capex (investimentos), recebíveis antecipados e alguma gestão de passivo como medidas rapidamente implementáveis e mais do que suficientes para garantir a conformidade com as cláusulas.