Economia

‘Risco Lula’ diminui com novo Congresso bolsonarista e agenda liberal ganha força

03 out 2022, 14:20 - atualizado em 03 out 2022, 14:21
Lula
Lula já vinha dialogando com uma postura mais moderada, sinalizam analistas. (Imagem: Flickr/ Lula Oficial/Ricardo Stuckert)

O primeiro turno das eleições foi acirrado e surpreendeu o mercado. Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) seguem na corrida presidencial com 48,43% e 43,20% dos votos, respectivamente.

Apesar da vantagem do candidato petista, o atual presidente sai fortalecido com a vitória de deputados, senadores e governadores aliados.

O PL conseguiu eleger a maior bancada na Câmara dos Deputados para 2023. As parciais apontam que, das 513 cadeiras, pelo menos 98 deputados são do partido de Bolsonaro, ante os atuais 77 parlamentares. O PT conseguiu avançar de 56 para 68 deputados.

Em relação aos senadores, dos novos 27 eleitos que vão compor 1/3 do Senado, 20 têm alguma ligação ou simpatia por Bolsonaro.

O presidente também tem o apoio dos governadores eleitos no Rio de Janeiro, Paraná, Distrito Federal, Tocantins, Acre, Roraima e Mato Grosso. Ele também deve se aproximar de Minas Gerais e Goiás. Já Lula reúne os governadores do Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará e Maranhão, além de tentar uma aliança no Pará. Isso sem falar nos Estados que ainda vão disputar o segundo turno.

Congresso liberal

Com esse resultado, uma coisa que o mercado já tem certeza é de que o Congresso Nacional terá um perfil de centro-direita, o que abre espaço para seguir com uma agenda econômica liberal.

Caso Bolsonaro vire e conquiste a reeleição, a força dos partidos de direita pode sinalizar uma melhor governabilidade, uma vez que Governo Federal e Congresso estarão alinhados.

“Acho que ainda é cedo para comentar que pautas vão ter sequência no ano que vem, mas reformas mais relevantes podem ser feitas com maior celeridade”, afirma Rafael Passos, analista da Ajax Capital.

Já Victor Candido, economista-chefe da RPS Capital, destaca que isso pode acelerar as privatizações – promessa que o ministro da Economia, Paulo Guedes, ficou devendo nos últimos quatro anos.

“São Paulo teve uma surpresa gigante com Tarcísio de Freitas passando para o segundo turno à frente de Fernando Haddad. E a gente vê também, em Minas Gerais, Romeu Zema sendo reeleito com uma assembleia legislativa mais próxima. Isso é positivo para as agendas de privatização, principalmente da Sabesp (SBSP3)e da Copasa (CSMG3)”, diz.

Menos riscos com Lula

Agora, no caso de uma vitória de Lula, a nova configuração do Congresso não é mal vista pelo mercado, uma vez que a oposição reduz o risco de um governo mais voltado à esquerda.

“O resultado, de maneira geral, não é ruim. Lula já vinha dialogando com uma postura mais moderada, mais centrista”, aponta Matheus Spiess, analista de ações da Empiricus Research.

A escolha de Geraldo Alckmin para vice-presidente e interlocutor com o empresariado foi uma forma de o candidato sinalizar uma política econômica não tão voltada para a esquerda. No entanto, o mercado estava com o pé atrás com o fato de que essa agenda econômica ainda não era clara, assim como a falta de um nome para o Ministério da Economia.

Spiess lembra que, nos últimos quatro anos, o governo fez algumas reformas que devem convergir para que o Congresso tenha mais influência no presidente. “Lula sabe disso e ele vai precisar de governabilidade. Então, tendo um congresso predominantemente de centro, ele vai precisar convergir mais.”

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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