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Risco fiscal é ‘bicho-papão’ do Ibovespa e apostas caem para baixo de 130 mil pontos, mostra pesquisa da XP

21 jun 2024, 16:19 - atualizado em 25 jun 2024, 12:33
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Pesquisa da XP indica o Ibovespa feche o ano em 127 mil pontos (Imagem: Divulgação/B3)

Uma pesquisa com 226 assessores filiados à XP mostra que o mercado vem se preocupando cada vez mais com o risco fiscal. Entre as principais ameaças para a B3, o fiscal aumentou em 10 pontos percentuais (p.p.) em junho, atingindo 61%.

Na sequência, aparecem: política monetária mais dura (11%), instabilidade política (9%), juros mais altos no Brasil (8%) e recessão nos Estados Unidos (4%). O último ponto, inclusive, foi o que teve a maior queda na comparação mensal, de 6 p.p.

Em linha, entre os fatores que aumentariam o apetite por ações brasileiras, a redução dos riscos de política fiscal subiu 10 p.p., a 59%, e assumiu a liderança. A redução dos juros nos EUA e cortes mais agressivos da Selic figuram no segundo e no terceiro lugar, com respectivos 49% e 32%.

“Enquanto o cenário externo tem melhorado, com dados moderando nos EUA e uma melhora na China, o Brasil continua pressionado por uma combinação de riscos fiscais, uma cautela crescente em relação à política monetária, e interferência do governo em empresas relevantes”, avaliam os estrategistas Fernando Ferreira e Jennie Li.

Além disso, 19% dos assessores consultados (-8 p.p.) indicaram que seus clientes planejam aumentar a exposição à renda variável, enquanto 21% (+9 p.p.) querem reduzi-la, valor mais elevado desde maio de 2023.

Os dados ainda mostram que, em junho, a maioria (40%) dos assessores indicou que o Ibovespa (IBOV) deve encerrar 2024 entre 120 mil e 130 mil pontos. A média das respostas, agora, aponta para os 127 mil pontos ao fim do ano, abaixo da estimativa de 131 mil pontos de maio.

Lula quer medidas para ajustar o fiscal

O presidente Lula se reuniu com os ministros da Junta de Execução Orçamentária (JEO) — Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos), Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) — na segunda-feira (17) para discutir medidas, que têm como objetivo recompor as bases fiscais do Brasil.

Segundo Haddad e Tebet, os desafios lançados no horizonte estão no crescimento dos gastos com a Previdência e no crescimento de gastos tributários resultantes de renúncias fiscais. As alternativas para reversão dessa tendência serão debatidas nas próximas reuniões com o presidente.

Lula teria pedido aos ministros medidas rápidas para o reequilíbrio fiscal. A ideia é que a equipe econômica proponha ações de curto e de longo prazo.

No primeiro caso, o presidente quis saber as medidas de efeito imediato, sem a necessidade de aprovação de propostas de emenda à Constituição (PEC). Já o segundo caso pode envolver uma ou mais PECs.

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