Risco de restrição a consumo de energia ameaça um já mais lento PIB de 2022, diz Citi
Um crescimento mais acelerado da economia brasileira neste segundo semestre poderia intensificar o risco de adoção de políticas de restrição de consumo de energia, devido à crise hídrica atual, e afetar o PIB de 2022, disse o Citi em nota a clientes nesta quinta-feira.
A atual crise, segundo o banco, reforça a projeção da casa de expansão da economia de 1,8% no ano que vem, abaixo do consenso do mercado, de 2,05%.
Paulo Lopes, Leonardo Porto e Thais Ortega, que assinam o relatório, consideraram que variações de curto prazo nos preços da energia não tendem a influenciar de forma significativa o crescimento econômico, mas que no médio e longo prazo o impacto é “mais substancial”.
“Esse risco (de impacto) aumentaria se a indústria superasse os demais setores, dado seu perfil de intensivo uso de energia”, disseram.
No mês passado, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sinalizou que a capacidade de geração de energia no país poderá ser levada ao limite em novembro, diante do baixo nível dos reservatórios de hidrelétricas.
Depois de uma esperada recuperação para este ano, com crescimento de 5,30% do PIB, o mercado, que já previa desaceleração do ritmo da atividade em 2022, tem baixado mais suas estimativas, citando a crise hídrica e os efeitos de uma política monetária potencialmente mais restritiva conforme o Banco Central adota um discurso mais duro contra a inflação.