Internacional

Risco de inadimplência dos EUA aumenta problemas da desaceleração da economia global, diz Malpass

12 maio 2023, 11:34 - atualizado em 12 maio 2023, 11:34
G7, Japão, EUA, Banco Mundial
Malpass disse que houve discussões durante as reuniões do G7 sobre a necessidade de aumentar a produtividade e o crescimento, e também lidar com o alto endividamento de um número crescente de países (Imagem: REUTERS/Issei Kato)

O risco de um calote dos Estados Unidos está se somando aos problemas enfrentados pela desaceleração da economia global, com o aumento das taxas de juros e altos níveis de dívida já sufocando os investimentos necessários para alimentar uma produção mais alta, disse o presidente do Banco Mundial, David Malpass, nesta sexta-feira.

Os representantes financeiros do G7 reunidos no Japão discutiram pela primeira vez a “alta importância” de aumentar o limite da dívida dos Estados Unidos e evitar as repercussões negativas de um possível calote da dívida do governo norte-americano.

“Claramente, a angústia na maior economia do mundo será negativa para todos”, disse Malpass à Reuters nos bastidores da reunião do G7. “As repercussões serão ruins se não for resolvido.”

  • Entre para o Telegram do Money Times! Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo. Clique aqui e faça parte!

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, reiterou nesta sexta-feira que o fracasso do Congresso dos EUA em aumentar o limite de dívida de 31,4 trilhões de dólares resultará em uma catástrofe econômica e financeira e instou a Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos, a concordar em suspender o limite da dívida federal.

Malpass disse que houve discussões durante as reuniões do G7 sobre a necessidade de aumentar a produtividade e o crescimento, e também lidar com o alto endividamento de um número crescente de países.

O crescimento global deve cair para menos de 2% em 2023 e pode permanecer baixo por vários anos, disse ele. Um dos grandes desafios é que as economias avançadas assumiram tantas dívidas que exigirão muito capital para atendê-las, deixando muito pouco investimento para os países em desenvolvimento, disse ele.

“E isso significa um período prolongado de crescimento lento. É uma grande preocupação, especialmente para as pessoas nos países mais pobres”, disse ele. “O mundo está em um ponto estressante, mas acho que os sistemas financeiros estão aguentando. A grande questão é o crescimento, como você consegue mais crescimento e produtividade.”

Malpass disse que é urgente fazer progressos na reestruturação da dívida de países incapazes de pagá-las. No entanto, ele citou o progresso em Gana, o quarto país a buscar alívio no Quadro Comum do G20.

Ele disse que era frustrante ver o ritmo lento do progresso na frente de reestruturação da dívida soberana, observando como era difícil para os países atrair investimentos até que os acordos de reestruturação da dívida fossem concluídos e implementados.

Malpass disse que algum progresso foi feito durante as duas primeiras reuniões de uma nova Mesa Redonda de Dívida Soberana Global, que inclui a China — o maior credor soberano do mundo — e bancos do setor privado. Uma terceira reunião foi planejada para junho, afirmou.

“Realmente chegar a essas reduções da dívida é muito importante… para os países pobres que atingiram o limite em termos de dívida insustentável. É importante fazer isso o mais rápido possível.”