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Risco de falências aumenta nos EUA com problemas de suprimentos

26 maio 2022, 20:56 - atualizado em 26 maio 2022, 20:56
Consumo EUA
Custos mais altos de empréstimos também podem criar um novo grupo das chamadas “zumbis”, empresas que ficaram sem dinheiro (Imagem: REUTERS/Eduardo Munoz)

Custos crescentes de gás hélio, falta de autopeças e atrasos nas remessas estão entre os problemas que provocam uma nova onda de estresse financeiro para empresas americanas já sobrecarregadas de dívidas, em meio à preocupação mais ampla de que a economia dos EUA esteja à beira de uma crise.

Empresas como a rede de artigos para festas Party City e a fornecedora de equipamentos para bancos e comércio Diebold Nixdorf recentemente divulgaram resultados que foram esmagados pelas pressões da cadeia de suprimentos e pela disparada de preços.

A fabricante de pisos Armstrong Flooring foi à falência depois que custos mais altos corroeram seu caixa, e a rede de oficinas mecânicas Service King está negociando com credores para aliviar sua dívida enquanto luta para garantir autopeças e fazer com que os mecânicos voltem ao trabalho.

Representantes da Armstrong Flooring e Diebold Nixdorf não quiseram comentar, enquanto Party City e Service King não responderam a pedidos de comentário.

É a aceleração de uma tendência que surgiu no final do ano passado, à medida que empresas atingidas pela disparada de preços lutam para repassar esses custos aos clientes.

Especialistas em empresas com problemas dizem que a dor de cabeça não vai diminuir tão cedo, já que os problemas da cadeia de suprimentos não mostram sinais de melhora, enquanto a demanda do consumidor deve desacelerar devido às taxas de juros mais altas.

“Esses três fatores são com certeza uma receita para o estresse financeiro, e estamos começando a ver isso”, disse Angelo Rufino, diretor de investimentos da Brookfield Special Investments, em entrevista. “Estamos nos preparando para o pior.”

Taxas de juros mais altas dificultarão o pagamento de dívidas (Imagem: REUTERS/Fred Prouser)

Essa perspectiva sombria elevou a quantidade de dívida corporativa americana negociada em níveis de estresse para US$ 146,1 bilhões na semana encerrada em 20 de maio, o nível mais alto desde dezembro de 2020.

Os pedidos de falência dos EUA também atingiram uma máxima de um ano no início do mês, em meio a um aumento mais amplo nos registros com pelo menos US$ 50 milhões em passivos.

Os planos do Federal Reserve de conter a inflação com altas agressivas de juros só aumentam os problemas das empresas em estresse.

Taxas de juros mais altas dificultarão o pagamento de dívidas, de acordo com Sanjeev Khemlani, líder sênior de consultoria a credores da FTI Consulting.

Custos mais altos de empréstimos também podem criar um novo grupo das chamadas “zumbis”, empresas que ficaram sem dinheiro, mas não têm nenhum gatilho em sua dívida que possa permitir que os credores levem a empresa à falência, disse Khemlani.

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