Revisão tarifária para a Sabesp é mais um sinal positivo para as ações, dizem analistas
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Os agentes do mercado têm mais um motivo para além da aprovação do marco regulatório para apostarem suas fichas mais uma vez na Sabesp (SBSP3), já que a proposta final da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) prevê um reajuste tarifário de 8,1% aplicável à companhia a partir de 2021.
Ainda com efeitos práticos para 2020, a mesma agência reguladora deu sinal verde à Sabesp para aplicar o reajuste tarifário anual e o ajuste compensatório de 3,4026%, que haviam sido represado em decorrência dos efeitos econômicos da pandemia de coronavírus.
As equipes de análise tanto do BTG Pactual (BPAC11) quanto do Credit Suisse atentam que o reajuste tarifário de 8,1% veio acima da proposta da Arsesp de 7,38%, divulgada em maio, e bem acima das expectativas dos agentes, fixadas em 7,5% e 7,38%, respectivamente.
Nos cálculos do BTG Pactual, a nova tarifa deve render até R$ 54,6 bilhões à companhia e refletirá no crescimento do ebitida, lucro antes de impostos, que deve bater R$ 497 milhões.
O Credit Suisse é ainda mais otimista, a analista Carolina Carneiro considera que a o reajuste de 2021 embutirá R$ 55 bilhões (considerando as operações nas cidades de Guarulhos e Santo André, na Grande SP), gerando um ebitida de R$ 500 milhões.
Avaliador | Recomendação | Código | Preço-alvo (R$) |
---|---|---|---|
BTG Pactual | Compra | SBSP3 | 59,14 |
Credit Suisse | Compra | SBSP3 | 62,9 |
E como fica a privatização?
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“Ainda não sabemos qual modelo de privatização o governo de São Paulo irá propor: privatização completa, capitalização ou um modelo de corporação, semelhante ao usado pelo governo federal para a BR Distribuidora (BRDT3)”, explicam os analistas do BTG Pactual João Pimentel e Filipe Andrade.
Apesar de o modelo ainda não estar claro, se o governo paulista decidir vender a empresa, talvez prefira realizar um leilão de privatização para maximizar seu valor de saída, já que o Estado detém 50,1% de participação na Sabesp, que para a casa de análises rende cerca R$ 40 bilhões.
Considerando uma análise do UBS, à qual o Money Times teve acesso, a estatal paulista atua em 369 municípios paulistas e as 20 principais cidades correspondem a 75,5% da receita total (a capital sozinha equivale a 50% da receita).
“O governador João Doria tem o suporte de 75% dos prefeitos das principais cidades, que coincidentemente são do mesmo partido político ou aliados, para a renovação dos contratos de saneamento em linha de privatizar a companhia de saneamento”, pondera o banco suíço.
Ainda segundo o UBS, a privatização da Sabesp pode alavancar a ação a R$ 98. Além de injetar R$ 35 bilhões aos cofres públicos do Estado de São Paulo.