Banco Central Europeu (BCE)

Revisão do Banco Central Europeu pode colocar meta de inflação em 2%

28 nov 2019, 11:21 - atualizado em 28 nov 2019, 11:21
BCE Banco Central Europeu
Ajustar a meta de inflação para 2% no médio prazo teria a vantagem de eliminar qualquer pressão para começar a apertar a política monetária (Imagem: Reuters/Kai Pfaffenbach)

O Banco Central Europeu pretende ajustar a meta de inflação quando revisar sua estratégia, mas terá dificuldade em fazer grandes mudanças, segundo autoridades com conhecimento do assunto.

A conclusão da primeira avaliação feita pela instituição em 16 anos pode ser uma meta de 2% – em vez da atual “abaixo, mas perto de 2%”, o que, segundo alguns diretores, pode resultar numa inflação muito baixa.

Uma mudança mais radical para medir e alcançar a estabilidade de preços é provavelmente muito ambiciosa, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas.

Ajustar a meta de inflação para 2% no médio prazo teria a vantagem de eliminar qualquer pressão para começar a apertar a política monetária assim que a alta dos preços ultrapassar 1,5%.

Revisão também deve avaliar como o BCE lidaria com a mudança climática (Imagem: Wikimedia Commons)

Idealmente, isso também aumentaria as expectativas – um fator crítico para criar inflação real -, abrindo espaço para ultrapassar a meta por um tempo, disse uma pessoa. Um porta-voz do BCE não quis comentar.

A revisão também deve avaliar como o BCE lidaria com a mudança climática, um tema de crescente importância para os bancos centrais, mas também polêmico.

A nova presidente do BCE, Christine Lagarde, disse em uma carta para um membro do Parlamento Europeu na semana passada que o estudo é uma oportunidade para refletir sobre sustentabilidade.

Lagarde planeja anunciar suas intenções em breve, e o economista-chefe do BCE, Philip Lane, disse na quarta-feira que é uma “má ideia” antecipar o resultado.

Ainda assim, a especulação inicial dos “insiders” reflete a realidade de que não há consenso sobre o entendimento das forças que moldam a economia da zona do euro, nem o que fazer sobre elas.