Reuters adia lançamento de site pago em meio a disputa com Refinitiv
A Reuters News adiou o lançamento de seu site de acesso pago após uma disputa com o provedor de dados financeiros Refinitiv sobre se a mudança violaria um contrato de fornecimento de notícias entre as duas empresas.
A Reuters, unidade da Thomson Reuters, planejava começar a cobrar por notícias no Reuters.com a partir de 1º de junho.
Não ficou claro por quanto tempo esse plano vai atrasar. Em uma reunião nesta quinta-feira, a editora-chefe da Reuters, Alessandra Galloni, confirmou que a agência pausou o lançamento do site pago, bem como a introdução de uma nova seção de notícias jurídicas no site, enquanto conversas com a Refinitiv para resolver o disputa estavam em andamento.
Em comunicado, um porta-voz da Reuters disse: “Ainda estamos trabalhando em nossos planos para o relançamento do Reuters.com como serviço de assinatura”.
As discussões com a Refinitiv foram “sobre nossa abordagem de negócios e produtos e como podemos melhorar nossa oferta para os clientes”, disse o porta-voz. A London Stock Exchange, controladora da Refinitiv, disse que as discussões estão em andamento. “A base de nossa parceria é forte e continuaremos a trabalhar juntos para atender a todos os nossos clientes”, disse em comunicado.
O adiamento é um revés para o plano da Reuters de obter novas fontes de receita por meio de seu site e levanta questões sobre o relacionamento com seu maior cliente.
A Refinitiv responde por cerca de metade da receita da Reuters. A maior parte da receita restante deriva de suas operações de agência de mídia, bem como de seu crescente negócio de eventos.
A Refinitiv fazia parte da Thomson Reuters até que a empresa de private equity Blackstone comprou uma participação majoritária dela em 2018.
A Blackstone e a Thomson Reuters depois venderam a Refinitiv para a LSE. Como parte da cisão, a Refinitiv fechou um acordo de notícias de 30 anos com a Reuters.
A Refinitiv concorre com a Bloomberg e outros fornecedores de notícias e dados para bancos e outras instituições financeiras, e a Reuters tem sido um fator chave de distinção para o negócio.
Pelo acordo, a Reuters tem a garantia de pagamentos anuais de pelo menos 336 milhões de dólares para fornecer notícias e conteúdo editorial ao Refinitiv até 2048.
Em abril, a Reuters anunciou que iria cobrar 34,99 dólares mensais pelo acesso ao seu site, hoje disponível gratuitamente.
O diretor de marketing da Reuters, Josh London, chamou o lançamento de “a maior transformação digital da Reuters em uma década”.