Retornos aos acionistas: Eneva (ENEV3) aprova programa de recompra de até 50 milhões de ações
O conselho de administração da Eneva (ENEV3) aprovou programa de recompra de até 50 milhões de ações da companhia, mostra fato relevante enviado ao mercado no domingo (05). Até a data, a quantidade de ações equivalem a 2,58% das ações totais da companhia e de cerca de 2,59% do total em circulação.
A aprovação de um programa de recompra pode ter diversas motivações, como a crença pela empresa de que as ações estão baratas; distribuição de ações aos executivos como bônus sem a emissão de novos papéis; geração de valor ao acionista.
- SAIBA MAIS: Seu bolso está preparado para investir em 2025? Participe do evento do Seu Dinheiro e veja recomendações de alocação de especialistas
Segundo a Eneva, o objetivo do programa anunciado é maximizar a geração de valor ao acionista por meio de uma administração eficiente da alocação de capital, considerando o potencial de rentabilidade das ações e visando proporcionar maiores retornos futuros.
“Com relação a seus efeitos econômicos, o programa de recompra poderá proporcionar aos acionistas um eventual aumento do percentual de participação na companhia, na hipótese de cancelamento das ações a serem mantidas em tesouraria”, diz o documento
Com o cancelamento de ações, o acionista ganha ao ficar com uma participação proporcionalmente maior. No entanto, como contrapartida, os papéis perdem liquidez na bolsa, tendo em vista que menos ações são negociadas.
O prazo máximo para a aquisição de ações por meio deste programa de recompra é de até 18 meses, ou seja, até 05 de julho de 2026, cabendo a diretoria executiva a definição das datas em que a recompra ocorrerá de fato.
A companhia do setor de energia detalha ainda que as aquisições de ações ocorrerão a preço de mercado na B3, à conveniência da Eneva, tendo vista o valor de cotação e os recursos de caixa, respeitando os limites previstos no programa de recompra.
“Também está autorizada, no âmbito do programa de recompra, a celebração de contratos derivativos referenciais em ações da companhia, com contrapartes a serem definidas pela administração”.
Ações da Eneva nos holofotes
Na última semana — a primeira de 2025 — os papéis da Eneva ocuparam posições de destaque na bolsa, tanto na ponta positiva quanto na negativa.
ENEV3 disparou mais de 5% e liderou os ganhos do Ibovespa (IBOV) na sexta-feira (3), na tentativa de recuperar as perdas da véspera.
Na véspera (2), os papéis da Eneva encerraram o pregão com queda de mais de 9% após a publicação de uma portaria do Ministério de Minas e Energia (MME) com novas regras de leilão de capacidade para térmicas e hidrelétricas — que deve retirar a companhia do certame.
Em resumo, a portaria permite a contratação de térmicas existentes para os anos de 2025, 2026 e 2027. Para os três anos seguintes, a regra determina que apenas térmicas novas podem participar do leilão.
A Eneva, por sua vez, encerra os contratos dos ativos Parnaíba 1, Paraíba 2 e Parnaíba 3 em 2027. A nova regra prevê o início do suprimento em junho deste ano, o que deve impedir a companhia de participar do novo leilão.
A empresa também deve seguir fora dos leilões até 2030, com a regra determinando apenas a participação de usinas novas.
Por outro lado, as medidas devem beneficiar a Petrobras (PETR4;PETR3) e a Âmbar Energia.
*Com Liliane de Lima