Retomada dos impostos vai pressionar a inflação, alerta BTG Pactual
Há duas semanas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um pacote de medidas fiscais visando a recuperação das contas públicas. Entre as medidas está a reoneração parcial de combustíveis a partir de março.
De acordo com o BTG Pactual, o aumento de impostos deve pressionar a inflação em 2023. “As perspectivas para a inflação continuam difíceis, apesar da melhora na dinâmica de curto prazo”, diz em relatório.
Segundo o banco, o impacto final da política tributária ainda é incerto, mas a inflação deverá ficar próxima aos níveis de 2022. No ano passado, a inflação acumulada foi de 5,79%.
A diferença será na composição do indicador: os preços monitorados devem acelerar com dissipação de forte deflação de combustíveis e energia elétrica decorrente das desonerações estaduais e federais em 2022.
Por outro lado, os preços não monitorados tendem a desacelerar devido ao nível restritivo da taxa de juros Selic e ao repasse da dissipação de custos.
Projeções de inflação
A expectativa do BTG é que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano de 2023 em 5,9%, se mantendo acima do teto da meta de inflação. Para este ano, a meta é de 3,25%, sendo que o teto é de 4,75%.
“No nível federal, as idas e vindas do governo em relação aos cortes nos impostos sobre os combustíveis, inicialmente previstos para durar até o ano 22, continuam”, diz.
O banco ainda destaca que a retomada dos impostos dos combustíveis deve resultar em um impacto de +74bps – ou seja, 0,74%.
Já a inflação de 2024 deve ficar em 4%. No caso do ano que vem, a pressão vem das perspectivas incertas para a política fiscal que está desancorando as expectativas do mercado.