Mercados

Retomada do PIB dos EUA é teste de fogo ao apetite a risco em Wall Street

27 jan 2022, 12:36 - atualizado em 27 jan 2022, 12:55
Wall Street
Mercado faz leitura positiva do PIB dos EUA (Imagem: Pixabay)

A economia dos Estados Unidos acelerou sua retomada no quarto trimestre de 2021, bem acima do esperado pelos economistas.

Na base anual, o Produto Interno Bruto (PIB) saltou 6,9% no período, ritmo de crescimento mais rápido do país desde 1984.

E os mercados aproveitaram para tirar uma casquinha da maré de otimismo.

Em Wall Street, por volta do meio dia, o índice S&P 500 (SPX), que reúne as 500 maiores companhias norte-americanas, subia subia 0,94%, a 4.390 pontos.

“A recomposição de estoques, principalmente do setor manufatureiro, contribuiu com 4,9% da alta de 6,9% observada. Os estoques vinham sendo consumidos desde o primeiro trimestre de 2021 e agora foram o ponto de virada no PIB dos EUA”, explica José Cassiolato, sócio da Nexgen Capital.

Apesar de ser cedo para cantar vitória, a leitura do mercado sobre o PIB é positiva, levando em conta que o resultado beneficia na margem o processo inflacionário, vindo através do aumento de estoques.

Economistas consultados pela Reuters previam crescimento de 5,5% do PIB. As estimativas variaram de 3,4% a 7,0%.

Cassiolato comenta que o dado reforça a pujança da economia dos EUA — mais crescimento e um novo regime monetário —, tese também ressaltada no discurso de Jerome Powell, chairman do Federal Reserve, na véspera (26).

Teste de fogo após Fed

Operador trabalha diante de tela com trasmissão de fala do chair do Fed, Jerome Powell
Pujança da economia dos EUA é colocada à prova (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

O mercado acionário norte-americano parece ter deixado no retrovisor o discursos mais hawkish (agressivo) adotado pelo Federal Reserve em sua reunião de política monetária, que já sinalizou uma alta de juros de até 0,25% em março.

O discurso de Powell acionou alguns sinais de alerta. Tanto que as bolsas americanas reverteram as altas de boa parte do dia e fecharam a véspera em queda.

“O grande dilema dos bancos centrais do mundo todo é o combate à inflação sem penalizar tanto a atividade econômica. Mas já há sinais promissores vindos do mercado de trabalho dos EUA, com maior oferta de empregos”, explica Túlio Nunes, especialista de finanças da Toro Investimentos.

O mercado de trabalho dos EUA reverteu a tendência de alta dos pedidos semanais de auxílio-desemprego, de acordo com o relatório mais recente divulgado nesta quinta-feira (27).

“As solicitações  somaram 260 mil na semana encerrada em 22 de janeiro, número abaixo das expectativas que era de 265 mil. O principal fator que corrobora para a melhora é a dissipação da variante ômicron“, afirma o sócio da Nexgen.

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