Retomada de compras de carne pela China é lenta em meio a ruído político, diz Minerva
Uma demora acima do esperado na retomada de compras de carne bovina do Brasil pela China tem como “pano de fundo” questões que extrapolam um acordo sanitário entre os dois países, e incluem “ruído político” e estoques de proteína maiores no país asiático, disse nesta quarta-feira um executivo da Minerva Foods (BEEF3), maior exportadora do produto na América do Sul.
“O processo está demorando um pouco mais que o esperado, e eu acho que tem alguns motivos aí que fogem da alçada do Ministério da Agricultura, tem um pano de fundo de guerra comercial, situação de ruído político em algumas áreas, que deixaram esse processo mais lento que o usual”, disse o diretor financeiro da Minerva Foods, Edison Ticle, durante evento promovido pelo BTG Pactual (BPAC11).
O executivo não detalhou quais questões políticas estavam envolvidas. Ele lembrou que, na última vez que houve uma suspensão de compras pela China por conta de caso atípico de doença de “mal da vaca louca”, a retomada foi em tempo mais curto. Uma suspensão de embarques foi anunciada em 4 de setembro, após a confirmação de dois casos atípicos no país.
Ticle comentou que, dessa vez, os maiores estoques de carne na China aumentam o poder de barganha do chinês durante o processo para a retomada de compras do Brasil.
E que, em algum momento, esses estoques cairão a um nível em que a China voltará a ter de importar o produto brasileiro, o que deve ocorrer no curto prazo, disse ele, sem precisar uma data.