Resultados do 3º trimestre: confira os destaques da temporada até agora
A temporada de resultados segue a todo vapor. Cerca de 40% das companhias do Ibovespa ainda vão reportar os dados referentes ao terceiro trimestre do ano, mas já é possível dizer que as empresas estão entregando números acima do esperado.
Segundo a XP Investimentos, 76% das empresas sob sua cobertura superaram as estimativas de lucros. Outros 5% dos resultados vieram em linha com o esperado, enquanto 19% não atenderam as expectativas.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e a receita superaram as projeções da corretora na média em 6% e 7,7%, respectivamente.
Dentro da cobertura da XP, tiveram Ebitda acima das expectativas todas as empresas dos setores de agro, alimentos e bebidas, financeiro, imobiliário, saúde, transporte e logística e bens de capital.
As empresas Ambev (ABEV3) e Assaí (ASAI3) integram a lista de destaques positivos da temporada. A cervejaria, inclusive, surpreendeu pelo crescimento nos volumes (11% acima das projeções), diz a corretora.
Na avaliação da XP, Ambev está superando seus concorrentes e é a mais bem posicionada para uma recuperação do setor.
De olho nos grandes bancos
Os bancões também não decepcionaram, segundo a XP. O Bradesco (BBDC4), que se garante como o nome mais defendido em um cenário macroeconômico desafiador, reportou números acima do esperado.
O Santander (SANB11) também superou as expectativas, apesar da queda do índice de cobertura e do aumento da inadimplência.
Já o balanço do Itaú (ITUB4) teve uma qualidade inferior, e uma inadimplência futura potencialmente mais elevada pode pressionar as margens e o lucro no futuro, segundo a XP.
As empresas ligadas a commodities Gerdau (GGBR4) e Irani (RANI3) também figuram entre os resultados positivos da safra. A Marfrig (MRFG3) não ficou de fora, com seus números recordes nas operações dos Estados Unidos e da América do Sul.
As elétricas Transmissão Paulista (TRPL4) e EDP Brasil (ENBR3), bem como Hypera (HYPE3), JHSF (JHSF3), Movida (MOVI3), Multiplan (MULT3), Pague Menos (PGMN3) e WEG (WEGE3), também foram, até agora, o ponto alto da temporada.
Decepções do trimestre
As empresas que decepcionaram no terceiro trimestre estão concentradas em setores de mineração e siderurgia (Vale [VALE3], Usiminas [USIM5] e CSN Mineração [CMIN3]), diz a XP.
Algumas empresas de utilidades básicas desapontaram – AES Brasil (AESB3) e Omega Geração (OMGE3), de energia, e Copasa (CSMG3), de saneamento.
O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) reportou um conjunto de resultados fracos, computando prejuízo líquido de R$ 88 milhões e um Ebitda ajustado abaixo do estimado, segundo a corretora.
A XP diz que a Marcopolo (POMO4) também não brilhou no trimestre, apesar dos analistas já esperarem isso.
Os resultados da Grendene (GRND3) registraram volumes menores, mas mostraram que a companhia está em trajetória de recuperação.
A Tenda (TEND3) foi o destaque negativo do setor de construção. Os números vieram pressionados pelos custos das matérias-primas. A receita líquida, apesar de ter crescido 10% na comparação ano a ano, ainda pode melhorar.
A XP espera que o indicador retome nos próximos trimestres e gradualmente alivie a pressão de margem bruta no médio e longo prazos.
Revisão de lucros
Diante da piora no cenário econômico e político brasileiro e da queda generalizada nos preços das commodities, as projeções de lucros da XP foram revisadas.
A XP destacou que, desde o início da temporada de resultados, ao fim de outubro, as estimativas do consenso do mercado para o lucro por ação (LPA) do Ibovespa para os próximos 12 meses, 2021 e 2022 praticamente andaram de lado, caindo entre 0,2% e 0,7%.
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