Resultados da Cielo dividem opiniões; analistas reforçam cautela
Os analistas ficaram divididos com o balanço trimestral da Cielo (CIEL3). Enquanto o Safra chamou atenção para os números fracos da companhia, a Ágora Investimentos foi surpreendida positivamente pelo relatório e chegou a elevar o preço-alvo da ação, de R$ 4,50 para R$ 5.
Segundo a Ágora, a empresa de pagamentos apresentou um resultado final de maior qualidade, com destaque para a melhora da margem Ebitda na Cielo Brasil.
O Safra chegou a reconhecer que a Cielo está se recuperando, principalmente em volumes transacionados e receitas, mas disse que a companhia ainda tem um longo caminho pela frente se quiser deixar para trás o cenário negativo, agravado no segundo trimestre de 2020.
“Vemos o momentum de baixos ganhos persistindo por um tempo ainda”, afirmaram os analistas Luis F. Azevedo e Silvio Dória.
A Cielo viu seu lucro líquido desabar 71,5% no terceiro trimestre do ano ante o mesmo período de 2019. O montante atingiu R$ 100,4 milhões.
A receita líquida, por outro lado, subiu 17,6% e totalizou R$ 2,8 bilhões, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) chegou a R$ 480 milhões (queda de 33,7% comparado ao terceiro trimestre do ano passado).
Os gastos totais cresceram 14,3%, para R$ 2,7 bilhões.
Perspectiva cautelosa
Apesar das diferentes opiniões, tanto a Ágora quanto o Safra reforçaram a recomendação neutra para a ação.
“Mantemos nossa recomendação neutra, pois as incertezas sobre as pressões competitivas e a estrutura de capital da empresa continuam a cercar o caso de investimento”, explicaram Victor Schabbel e Luiza Mussi, da equipe de análise da Ágora.
A XP Investimentos também opinou sobre o balanço. A corretora, que também adotou recomendação neutra e preço-alvo de R$ 5, não se surpreendeu com os números reportados pela Cielo, visto que foram “altamente antecipados” pelo mercado.
O preço-alvo sugerido pelo Safra para o papel é de R$ 6 ao fim de 2020.