Resultado da Usiminas vai ser fraco, recuperação só em 2020 e ação é a mais cara do setor
O Credit Suisse está mais pessimista com as perspectivas do setor siderúrgico para este ano diante das menores estimativas para o minério de ferro e da fraqueza na demanda do setor, tanto no mercado doméstico quanto no cenário internacional.
Neste contexto, os analistas Caio Ribeiro e Rafael Cunha reduziram o preço-alvo das ações da Usiminas (USIM5), de R$ 9 para R$ 8. Caso se materializem as projeções, o papel poderá ter valorização aproximada de 8,8% em doze meses. A recomendação é neutra.
“Apesar de permanecermos com visão construtiva no crescimento da demanda de 2020 em diante, o cenário operacional de curto prazo permanece desafiador para as siderúrgicas do Brasil”, pondera o Credit Suisse.
Trimestre mais fraco
“Esperamos um terceiro trimestre de 2019 mais fraco”, avalia o banco, listando os seguintes fatores para fundamentar as novas estimativas: preços e volumes mais fracos de aço no terceiro trimestre frente ao intervalo de abril a junho deste ano e expectativa de redução na margem Ebitda (geração operacional de caixa sobre receita líquida) diante dos maiores fretes.
Desta forma, os analistas projetam Ebitda (geração operacional de caixa) de cerca de R$ 452 milhões no terceiro trimestre e contração na margem Ebitda de 15,6% no segundo trimestre para 11,7%.
Custos e estabilidade
Especificamente em relação ao segmento siderúrgico, o Credit Suisse destaca que a margem Ebitda desta divisão deverá contrair 6,2 pontos percentuais, para 6%, devido aos seguintes pontos: maiores custos de matéria-prima; volumes estáveis em relação ao último trimestre e estabilidade nos preços de aço nos cenários doméstico e internacional.
Por fim, os analistas projetam queda de 11% no Ebitda na comparação trimestral e projetam múltiplo EV/Ebitda (valor de mercado sobre geração operacional de caixa) de 7,9 vezes para 2019, contra relação de 5,5 vezes para CSN (CSNA3) e 5,3 vezes para Gerdau (GGBR4).