BusinessTimes

Resultado da Gol vem bem abaixo das estimativas

09 ago 2017, 12:13 - atualizado em 05 nov 2017, 13:58

O prejuízo líquido da Gol Linhas Aéreas de R$ 406,3 milhões no segundo trimestre deste ano ficou 30,43% acima das perdas de R$ 311,5 milhões estimadas por analistas de mercado, segundo a média das projeções de quatro instituições financeiras consultadas na Prévia Broadcast (JP Morgan, Morgan Stanley, BTG Pactual e Safra).

O Ebitdar (lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação, amortização e custos com leasing de aeronaves) de R$ 386,3 milhões ficou 39,7% acima dos R$ 276,5 milhões projetados pela média das estimativas. A receita líquida operacional de R$ 2,234 bilhões, por sua vez, ficou em linha com os R$ 2,223 bilhões projetados. O Broadcast considera que o resultado está em linha com as projeções quando a variação para cima ou para baixo é de até 5%.

Custo operacional

A Gol registrou no segundo trimestre deste ano uma leve alta de 0,7% em seu custo operacional por assento disponível por quilômetro – conhecido no jargão setorial como CASK -, de 21,14 centavos de real, ante os 21 centavos de real anotados no segundo trimestre do ano passado.

O CASK excluindo despesas com combustível (CASK ex-combustível) entre abril e junho deste ano foi de 15,11 centavos de real, queda de 2,5% na mesma comparação. O CASK ajustado, que exclui os resultados não recorrentes com o retorno de aeronaves em arrendamento financeiro e operações de “sale-leaseback”, foi de 21,03 centavos de real no segundo trimestre, alta de 1,1% na base anual. Já o CASK ex-combustível ajustado somou 15,00 centavos de real, montante 2% menor na mesma base de comparação.

Yield e PRASK

O yield líquido, isto é, o valor médio pago por um passageiro para voar um quilômetro, ficou em 23,19 centavos de real no segundo trimestre deste ano, uma alta de 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o PRASK líquido, ou seja, a receita de passageiros dividida pelo total de assentos-quilômetro disponíveis, ficou em 18,06 centavos de real, 8,5% maior na comparação com igual etapa de 2016.

O RASK líquido (receita operacional dividida pelo total de assentos-quilômetro oferecidos), por sua vez, somou 21,38 centavos de real, avançando 10,2% em um ano.

Receitas auxiliares

Serviços que não fazem parte da atividade principal da Gol impulsionaram a receita no segundo trimestre deste ano. As receitas com transporte de cargas e outros serviços auxiliares cresceram 16,7% entre abril e junho deste ano e totalizaram R$ 347,7 milhões, contribuindo para a alta de 7% das receitas operacionais líquidas da companhia no segundo trimestre, ante igual etapa do ano passado.

A Gol explicou que a expansão dessas receitas auxiliares se deveu ao aumento em 10,2% das receitas de cargas e encomendas domésticas e à expansão das receitas do programa Smiles com resgates de prêmios em 49,5% no trimestre. Já o transporte de passageiros subiu 5,3% na comparação anual, para R$ 1,886 bilhão, 84,4% da receita líquida total. Segundo a companhia, a tarifa média aumentou 6,7%, de R$ 244 para R$ 260, enquanto o yield aumentou 4,8%, para 23,19 centavos de real por passageiro-quilômetro.

Nesta linha, destaque para o aumento das entradas com passageiros internacionais, que somaram R$ 316,2 milhões, alta de 8,5% frente o reportado no mesmo período do ano passado. Com isso, o passageiros internacionais já representam 14,2% do total.

A Gol salientou, ainda, o aumento de 32,1% com receitas de passageiros interline provenientes de voos domésticos. Entre abril e junho, a companhia aérea registrou um crescimento de 1,2% na demanda doméstica, enquanto a capacidade foi reduzida em 1,8%, o que propiciou um aumento de 2,3 pontos porcentuais da taxa de ocupação, para 78,3%.

No período, a empresa transportou 6,9 milhões de passageiros no trimestre pelo País, o que representou um avanço de 0,1% quando comparado com o mesmo período de 2016. No mercado internacional, a demanda recuou em 5,7% na comparação anual, enquanto a oferta recuou 11,9% no mesmo período, levando a um aumento de 4,8 p.p. na taxa de ocupação, para 74,2%. Entre abril e junho, a Gol transportou 398 mil passageiros no mercado internacional, uma retração de 5% em comparação ao segundo trimestre de 2016.

(Por Luciana Collet e Márcio Rodrigues)