Resultado da Cesp foi fraco, mas ações continuam atraentes, dizem analistas
O resultado da Cesp (CESP6) não animou em nada os analistas da XP Investimentos, que viram no aumento de 645% do seu prejuízo um mal sinal para a elétrica.
A corretora esperava um prejuízo menor, de R$ 31,5 milhões, ante os R$ 58 milhões reportados pela companhia. Porém, o valor veio abaixo do esperado pela Bloomberg (R$ 71 milhões). Já o Safra calculava um prejuízo de R$ 44 milhões, 32% abaixo da expectativa.
Entre as surpresas positivas, o analista do banco, Daniel Travitzky, destaca a queda de 26% nos custos com funcionários e redução de 31% nos serviços terceirizados.
O Ebitda ajustado, que mede o resultado operacional, de R$ 223,5 milhões também decepcionou e ficou 4,1% abaixo da estimativa da XP e 9,5% menor do que o consenso da Bloomberg. O número, porém, se manteve em linha com a expectativa do Safra.
Os analistas Gabriel Francisco e Maira Maldonado, da XP, explicam que o resultado líquido refletiu despesas financeiras líquidas mais altas em relação às estimativas, principalmente devido à maior correção monetária de passivos por conta da aceleração do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado).
“Temos visão negativa dos resultados da Cesp, tendo em vista que tanto Ebitda como o prejuízo líquido registrados vieram abaixo das nossas expectativas e do consenso de mercado”, disseram.
Luz no fim do túnel
Porém, nem tudo está perdido. A corretora vê o mau resultado como algo passageiro e observa um risco-retorno positivo nas ações.
Para até 2021, os analistas esperam uma expansão da margem bruta, influenciado pela base na compra de contratos de energia a preços mais baixos, além do alto potencial de geração de caixa da companhia, “que acreditamos que culminará ou em maiores distribuições de dividendos ou em investimentos em oportunidades de crescimento”, disseram.
A corretora mantém a recomendação de compra nas ações, com preço-alvo de R$ 37 por ação, o que implica em valorização de 34%.
O Safra também acredita no potencial dos papéis e reafirmou a recomendação outperform, acima da média do mercado, com preço-alvo de R$ 32, potencial de alta de 18,3%.