Commodities

Restrições de Trump às exportações à China podem ter levado a soja para o negativo

27 abr 2020, 15:05 - atualizado em 27 abr 2020, 16:27
Soja
Soja perdeu força ao londo do pregão de Chicago talvez por influência do governo americano (Imagem: REUTERS/Enrique Marcarian)

O dólar em alta no Brasil e as compras chinesas nos Estados Unidos davam fôlego para soja em quase toda a manhã na Bolsa de Chicago (CBOT), depois das baixas da sexta que praticamente devolveram os ganhos dos dias anteriores. Mas o governo dos Estados Unidos tirou a sustentação, que inclusive resistia à queda do petróleo, levando mais uma incerteza em relação ao acordo comercial.

A administração Trump anunciou restrições às exportações para a China de itens de tecnologia para aviação e semicondutores, com implicações para a indústria militar chinesa, mesmo para fins civis. Muda, com isso, um tópico do acordo comercial da fase 1 e trouxe à tona o temor de possível retaliação.

E a soja sempre figurou na lista dos principais interesses dos Estados Unidos na relações de trocas com os chineses.

“Sim, está influenciando”, avisa Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, sobre o revés que a commodity está tendo, com recuo em rally de 0,30% a 0,50%, em torno dos US$ 8,30/bushel, faltando pouco para encerrar o pregão desta segunda (27).

A China comprando acima de 600 mil toneladas americanas na semana passada abria um cenário muito aguardado pelo mercado para catapultar os preços via fundamentos. E de fato de terça a quinta o grão veio de altas, ainda que leves.

Agora, entra em cena novamente o acordo entre os dois gigantes, tão presente antes da pandemia mundial da covid-19, inclusive como destacou Matthew Kruse, presidente da Commstock Investments, ao site especializado americano Farm Futures.

Para Flávio França Jr, chefe do setor de grãos da Datagro, não se descarta esse bloqueio aos interesses da China por parte dos Estados Unidos como estímulo “de forma muito indireta” à reversão das cotações da soja. A concretização desse fato, segundo o analista, ainda está para ser vista, talvez a partir da nova sessão da CBOT, nesta terça.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar