Mercados

Ações brasileiras derretem 2,3% em Nova York; O que fazer agora?

28 mar 2019, 8:47 - atualizado em 28 mar 2019, 8:58
“O mercado não tinha na conta a inércia do presidente. E agora vai esperar atos concretos”, explica especialista

A quinta-feira (28) já começa com um sinal de alerta para a bolsa brasileira. O ETF (Exchange Traded Fund) EWZ, que acompanha as ações do País, iniciaram o dia em forte queda de 2,3%. O desempenho vem após uma desvalorização de 5,6% do mesmo ativo na véspera. Os investidores estão temerosos sobre a capacidade do governo Jair Bolsonaro de articular a reforma da Previdência.

Ibovespa terminou esta quarta-feira (27) com queda de 3,57%, abaixo do importante suporte técnico dos 93.400 pontos.

Os mercados também avaliam um relatório do Banco Central da Turquia que revelou uma forte queda das reservas internacionais. Cerca de US$ 10 bilhões evaporaram nas três primeiras semanas de março, levando o nível guardado para apenas US$ 24,7 bilhões.

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“O Executivo não mostra disposição para conversar com os parlamentares”, disse Pedro Menezes, membro do comitê de investimento de ações e sócio da Occam Brasil Gestão de Recursos, no Rio de Janeiro. “A impressão que fica é que o presidente Jair Bolsonaro não define corretamente suas prioridades e não há sinalização de que isso vai mudar”, afirmou.

“O mercado não tinha na conta a inércia do presidente. E agora vai esperar atos concretos, não vai mais se levar por simples falas.”

Guedes no Senado não minimiza pessimismo

Um dia após cancelar ida à Câmara, o ministro da Economia, Paulo Guedes, participou de audiência no Senado, sem conseguir, contudo, reduzir o sentimento negativo do mercado em relação ao mundo político. A fala mais repercutida da audiência foi a possibilidade de que ele deixaria o cargo se sua agenda econômica fosse rejeitada, mas negou que sairia após uma primeira derrota.

“Vocês acham que vou brigar para ficar aqui? Eu estou aqui para servi-los. Se ninguém quiser o serviço, vai ser um prazer ter tentado. Mas não tenho apego ao cargo, desejo de ficar a qualquer custo, como também não tenho inconsequência e irresponsabilidade de sair na primeira derrota”, afirmou.

O que fazer?

O analista Victor Benndorf, da Benndorf Research, avalia que o momento na Bolsa é o de redução de exposição em bluechips e estatais, “dois grupos de ativos que devem sofrer mais com o risco sistemático local”, disse em uma nota enviada a clientes.

“Adicionalmente, devemos elevar a participação de exportadoras no curto prazo, em linha com o teste de resistência do dólar nos R$3,95”, analisa.

Por fim, ele indica foco na qualidade e empresas com vantagens competitivas relevantes, “uma vez que a maior percepção de risco local também pode levar à reduções nas previsões de crescimento em 2019 (impactando empresas que dependem muito do PIB)”, conclui.

Benndorf realiza um webinar nesta quinta-feira (28), às 20h, para falar sobre a mudança de cenário. Acompanhe aqui.

(Com Investing.com)

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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