Resiliência para empreendedores: a arte de lamber feridas
Por Vinicius Aguiari
Não há lugar para os fracos no mundo do empreendedorismo. Todo empreendedor, sem escolhas, é ou será um sujeito calejado.
Veja os exemplos. O best-seller Tim Ferris ouviu não de 25 editores até ter seu livro “Trabalhe 4 Horas por Semana” publicado.
Antes do Twitter, Evan Willians criou a Odeo, uma plataforma de podcasts que foi dilacerada quando a Apple incluiu os rádio-programas no iTunes.
Steve Jobs foi chutado da própria Apple antes de voltar e fazer da maçã uma das empresas mais admiradas do planeta.
O que todas estas histórias têm comum?
Resiliência, meu amigo.
A capacidade de se adaptar e reagir à situações adversas sendo capaz de tomar decisões diante de crises sem desviar de objetivos e metas.
Parece fácil, né… mas pede casca grossa.
Para o guru do empreendedorismo de Stanford, Steve Blank, muitos empreendedores de sucesso são pessoas resilientes pois vieram de ambientes familiares onde havia muita imprevisibilidade e conflito.
E essas pessoas foram se moldando de acordo com as circunstâncias, aprendendo a construir a ordem em lugares onde só havia o caos.
Mas isso vai além. A relação entre empreendedorismo e resiliência está tão em alta que virou até tema de artigos científicos.
O estudo “Resilience and entrepreneurship: A dynamic and biographical approach to the entrepreneurial act” investigou a história de empreendedores para apontar a relação entre elas.
E as conclusões foram surpreendentes.
Os pesquisadores identificaram que muitos empreendedores passaram por um processo de trauma na infância (Steve Jobs foi adotado, por exemplo), sentiram suas consequências, passaram por um período de ressignificação e desenvolvimento de resiliência.
A partir daí, fatores internos como a falta de reconhecimento, sentimento de rejeição e injustiça moveram o empreendedor para encontrar o seu propósito maior.
Somando a fatores externos – como oportunidades de mercado – temos como resultado a busca do empreendedor em superar os valores perdidos durante o seu trauma, diz o estudo.
Maluco isso, né? Mas faz sentido…
E novamente a resiliência se torna peça fundamental dessa engrenagem. Pois ela alimenta todo o ciclo de ressignificação e busca de propósito.
Por isso, ela e o empreendedorismo se tornam faces distintas de uma mesma moeda.
Portanto, se você quer se tornar um empreendedor de sucesso, que tal olhar para suas feridas antes? Eles poderão ser o combustível da sua jornada.