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Reservas da Petrobras são as menores desde 2001 e, no atual ritmo, se esgotariam em dez anos

29 jan 2020, 19:22 - atualizado em 29 jan 2020, 19:59
Petróleo Petrobras
Paradoxo: empresa quer focar em exploração e produção, mas reservas não crescem (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

As reservas provadas da Petrobras (PETR3; PETR4) encerraram 2019 em 9,590 bilhões de barris de óleo equivalente (boe), segundo comunicado divulgado nesta quarta-feira (29). Além de ser 0,17% inferior ao volume de 2018, assinala o menor nível de reservas da estatal desde 2001, quando fechou o ano em 9,3 bilhões de barris equivalentes.

A conta segue os critérios da SEC (US Securities and Exchange Commission), o equivalente americano à nossa CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A redução das reservas, entre 2018 e 2019, decorreu de dois fatores.

O primeiro foi a produção, responsável por diminuir as reservas em 913 milhões de boe. O outro foram os desinvestimentos, que reduziram mais 72 milhões de boe. Entre eles, estiveram a venda de 100% da participação da Petrobras nos campos de Pargo e Carapeba.

Ano Reservas provadas

(bilhões boe)*

2019 9,59
2018 9,606
2017 9,752
2016 9,672
2015 10,516
2014 13,131
2013 13,123
2012 12,884
2011 12,873
2010 12,748
2009 12,143
2008 11,191
2007 10,818
2006 10,573
2005 10,578
2004 10,569
2003 11,6
2002 10,787
2001 9,3
2000 9,8
*Critério da SEC
Fonte: Petrobras

2019 marcou, ainda, o segundo ano consecutivo de queda das reservas provadas. Em 2017, o volume era de 9,752 bilhões de boe. A queda acumulada, desde então, é de 1,66%. O ápice das reservas provadas ocorreu em 2014, quando a estatal encerrou o ano com 13,131 bilhões de boe. Em relação àquele ano, as reservas terminaram 2019 com queda de 27%.

Horizonte curto

A situação não deixa de ser um paradoxo. A empresa vem afirmando que pretende sair de setores não estratégicos, como refino e distribuição de combustíveis, para focar na exploração e produção de óleo e gás, consideradas seu core business.

O problema é que, sem adicionar novos campos ao seu portfólio, suas reservas se extinguiriam em dez anos, se mantido o atual ritmo de produção. Isto porque, segundo a Petrobras, a produção subtraiu 913 milhões de boe das reservas no ano passado. Numa conta rápida, portanto, os 9,590 bilhões de boe se esgotariam em uma década.

Veja, a seguir, a íntegra do comunicado da Petrobras divulgado nesta quarta-feira.

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