Internacional

Republicanos se aproximam da maioria na Câmara dos Deputados dos EUA, Senado segue incerto

10 nov 2022, 9:26 - atualizado em 10 nov 2022, 9:27
Eua Eleições
Os resultados de terça-feira também sugeriram que os eleitores estavam atacando os esforços republicanos de proibir o aborto e lançar dúvidas sobre o processo de contagem de votos do país (Imagem: REUTERS/Jim Urquhart)

Os republicanos se aproximavam de garantir a maioria na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, nesta quinta-feira, enquanto o controle do Senado ainda era incerto, dois dias depois que os democratas evitaram uma “onda vermelha” republicana nas eleições de meio de mandato.

Os republicanos conquistaram pelo menos 210 assentos na Câmara, projetou a Edison Research, oito a menos do que os 218 necessários para tirar a Câmara dos democratas e barrar a agenda legislativa do presidente Joe Biden.

Embora os republicanos continuem sendo favoritos, havia 33 disputas na Câmara ainda a serem decididas – incluindo 21 das 53 corridas mais competitivas, com base em uma análise da Reuters dos principais analistas apartidários – provavelmente garantindo que o resultado final não seja determinado por algum tempo.

O destino do Senado era mais incerto. Qualquer um dos partidos pode assumir o controle ao conquistar disputas apertadas em Nevada e no Arizona, onde as autoridades estão contabilizando metodicamente milhares de cédulas não contadas.

O partido que ocupa a Casa Branca historicamente sofre pesadas baixas na primeira eleição legislativa de meio de mandato e os resultados de terça-feira sugerem que os eleitores estão punindo o democrata Biden pela inflação mais alta em 40 anos.

Mas os democratas conseguiram evitar a grande derrota que os republicanos haviam antecipado e estavam se mantendo competitivos nas batalhas acirradas pelas cadeiras de Nevada e Arizona no Senado.

Os resultados de terça-feira também sugeriram que os eleitores estavam atacando os esforços republicanos de proibir o aborto e lançar dúvidas sobre o processo de contagem de votos do país.

Biden classificou a eleição como um teste da democracia dos EUA em um momento em que centenas de candidatos republicanos abraçaram as falsas alegações do ex-presidente Donald Trump de que a eleição presidencial de 2020 foi fraudada.

Há a possibilidade de a maioria do Senado ser definida em um segundo turno na Geórgia pela segunda vez em dois anos. O candidato democrata Raphael Warnock e o desafiante republicano Herschel Walker não conseguiram atingir 50% na terça-feira, forçando-os a uma batalha em 6 de dezembro.

Mesmo uma pequena maioria na Câmara permitiria que os republicanos moldassem o restante do mandato de Biden, bloqueando prioridades como direitos ao aborto e iniciando investigações sobre seu governo e sua família.

Biden reconheceu essa realidade na quarta-feira, dizendo estar preparado para trabalhar com os republicanos. Uma autoridade da Casa Branca disse que Biden conversou por telefone com o líder republicano da Câmara, Kevin McCarthy, que anunciou no início do dia sua intenção de concorrer a presidente da Câmara se os republicanos controlarem a casa.

“Acho que o povo americano deixou claro que espera que os republicanos estejam preparados para trabalhar comigo também”, disse Biden em entrevista coletiva na Casa Branca.

Os republicanos devem exigir cortes de gastos em troca de aumentar o limite de endividamento do país no próximo ano, um confronto que pode assustar os mercados financeiros.

Já o controle do Senado daria aos republicanos o poder de bloquear os indicados de Biden para cargos administrativos e no Judiciário.

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