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Republicanos pedem que Biden retire proposta “polarizadora” de ensinar mais história negra

30 abr 2021, 17:15 - atualizado em 30 abr 2021, 17:15
Biden
Um porta-voz do Departamento de Educação não comentou de imediato (Imagem: Chip Somodevilla/Pool)

Dezenas de senadores republicanos dos Estados Unidos pediram nesta sexta-feira que o governo Biden retire o que dizem ser uma proposta educativa “polarizadora” que daria mais ênfase à escravidão e às contribuições de negros norte-americanos em aulas de história e educação cívica nas escolas do país.

Na troca de farpas mais recente de uma guerra cultural crescente a respeito da raça nos EUA, 39 parlamentares republicanos liderados pelo líder da minoria no Senado, Mitch McConnell, disseram que a diretriz proposta pelo Departamento de Educação desviaria o currículo escolar estabelecido rumo a uma “pauta politizada e polarizadora”.

“Os jovens americanos merecem uma compreensão rigorosa de história americana e educação cívica. Eles precisam entender tanto nossos sucessos quanto nosso fracassos”, escreveram os senadores republicanos em uma carta ao secretário de Educação, Miguel Cardona, datada de 29 de abril que foi divulgada nesta sexta-feira.

“Os americanos não precisam ou querem seus dólares de impostos desviados da promoção de princípios que unem nossa nação para a promoção de ideologias radicais concebidas para nos dividir”.

Um porta-voz do Departamento de Educação não comentou de imediato.

Os parlamentares se concentraram na menção da proposta ao Projeto 1969, que rendeu o Prêmio Pulitzer ao jornal New York Times. A iniciativa, que documenta a história dos EUA a partir da chegada dos primeiros africanos escravizados à Virgínia colonial, foi um alvo frequente do ex-presidente Donald Trump, que preferiu tentar promover uma educação “patriótica”.

A carta veio dois dias depois de o senador Tim Scott, o único republicano negro do Senado, declarar que “a América não é um país racista” na reação republicana ao discurso do presidente, Joe Biden, ao Congresso. Scott também defendeu uma nova lei republicana de votação estadual da Geórgia que Biden e outros democratas refutaram por verem como uma volta da segregação ao estilo Jim Crow.

A proposta incentivaria as escolas a adotarem projetos que incorporam “a marginalização, os preconceitos, as desigualdades e políticas e práticas discriminatórias sistêmicas na história americana”.