Opinião

República Socialista dos Estados Unidos da América

06 mar 2019, 14:17 - atualizado em 06 mar 2019, 14:17
(Imagem: Facebook Bernie Sanders)

Por Ivan Sant’Anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

Caro leitor,

Até a eleição presidencial de 2016, quando o republicano Donald Trump derrotou a democrata Hillary Clinton (embora ela tivesse vencido no voto popular), socialismo era uma palavra estigmatizada nos Estados Unidos, quase um impropério.

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Só que, naquela ocasião, um candidato com ideias socialistas chegou às semifinais das primárias. Estou me referindo, é claro, ao senador pelo estado de Vermont, Bernie Sanders. Ele disputou com a senhora Clinton até o turno decisivo, eliminando no caminho uma série de concorrentes.

Sanders é extremamente popular entre os jovens, mesmo sendo um tremendo coroa (apenas um ano mais moço do que eu).

É preciso que se explique, para não dar lugar a mal-entendidos, que o que ele propõe é um socialismo light, embora possa ser considerado um escândalo na linha de pensamento WASP (white, anglo-saxon, protestant) que, alinhada com a concepção de país dos rednecks (caipiras), elegeu Trump.

Bernie Sanders defende coisas como universidade e assistência médica gratuita, prática vigente em países nórdicos de altíssima qualidade de vida, e até mesmo na próspera Alemanha.

Agora o velho Bernie anunciou sua candidatura para o ano que vem. Na hipótese de que seja eleito, assumirá com 79 anos e terminará o mandato com 83, isso se não partir para os tradicionais four more yearsslogan dos candidatos à reeleição nos EUA. Aí, iria até os 87.

Tudo bem. Bernie Sanders é carismático (no momento é o político, entre os que têm mandato, mais popular dos Estados Unidos), mas não está entrando nessa de socialismo americano sozinho.

Representante (deputada) de Nova York Alexandria Ocasio-Cortez, ex- barwoman de apenas 29 anos (Foto Gillian Laub – Facebook)

Provavelmente nas primárias para 2020 ele terá de encarar, além de Joe Biden, vice-presidente de Barack Obama, os radicais (para o padrão americano, que fique bem claro) Kamala Harris, senadora pelo estado da Califórnia que tem origem indiana e jamaicana, o hispânico Julián Castro, a também senadora (por Massachusetts) Elizabeth Warren e a representante (deputada) de Nova York Alexandria Ocasio-Cortez, ex- barwoman de apenas 29 anos, filha de uma porto-riquenha.

Alexandria ainda não pode ser presidente (a idade mínima é 35 anos), mas tem condições de influir muito na escolha do candidato, tantos são os seus seguidores nas redes sociais.

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Mas o que será que esse pessoal defende que tanto atrai os jovens? Nada mais nada menos do que programas sociais financiados por taxações dos ricos. Ou seja, justamente o contrário da doutrina Trump.

Sessenta e um por cento (vou repetir: 61%) dos eleitores americanos defendem uma taxação de 2% sobre fortunas acima de 50 milhões de dólares e 3% para quem tem mais de um bilhão de dólares. Esse imposto é uma proposta da senadora Elizabeth Warren.

Bernie Sanders propõe criar um imposto sobre heranças superiores a 3,5 milhões de dólares, ao invés dos atuais 11 milhões de dólares.

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