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Repressão regulatória da China mira corretoras online

17 dez 2021, 14:40 - atualizado em 17 dez 2021, 14:40
Bandeira China
As autoridades chinesas têm restringido uma ampla gama de setores desde o ano passado e a segurança de dados surgiu como uma das principais preocupações (Imagem: Pixabay/glaborde7)

Autoridades chinesas estão planejando proibir corretoras online, como Futu e UP Fintech de oferecer serviços de comércio offshore para clientes da China Continental, no mais recente capítulo de uma ampla repressão regulatória.

As empresas chinesas listadas na Nasdaq são dois dos maiores participantes do setor e uma proibição impediria milhões de investidores de negociar títulos em mercados como de Estados Unidos e Hong Kong. Receios com a segurança de dados e saídas de capital estão levando ao possível banimento, disseram as fontes.

As empresas afetadas pela repressão devem ser notificadas de uma proibição “nos próximos meses”, disse uma das quatro fontes que falaram à Reuters e que não quiseram ser identificadas porque não estavam autorizadas a falar com a mídia.

A Futu e a UP Fintech são registradas na comissão de valores mobiliários de Hong Kong, mas essa licença não se estende ao continente porque não existe licença na China Continental para corretoras online especializadas em negócios internacionais.

A Futu, de 5,5 bilhões de dólares em valor de mercado, disse que está se comunicando com autoridades chinesas e que não recebeu um pedido formal como o sugerido pela reportagem.

As autoridades chinesas têm restringido uma ampla gama de setores desde o ano passado e a segurança de dados surgiu como uma das principais preocupações.

Os executivos do Futu têm feito lobby junto às autoridades, incluindo o CSRC, o SAFE e o banco central, mas ainda não receberam nenhuma resposta positivo, de acordo com duas fontes.

Apoiada pelo gigante de jogos e mídia social Tencent, a Futu tinha 2,6 milhões de clientes no fim de setembro. O volume de negócios de Futu subiu 40% no terceiro trimestre, para 1,4 trilhão de dólares de Hong Kong no terceiro trimestre, e os negócios com ações de Estados Unidos e Hong Kong respondendo por mais de 90% disso.