Representatividade marginal dos açougues anulará corte de ICMS anunciado por Doria
Do pacote de ajuda que o governador João Doria está oferecendo aos paulistas, para atenuar os efeitos da crise sanitária abalroando mais a economia semiparalisada, a redução do ICMS sobre a carne não eleva de cara as expectativas positivas.
O corte de 13,3% para 7%, que era o vigente em janeiro, vai ser apenas para os açougues e pequenos estabelecimentos.
A partir de 1º de abril – quando entrará em vigor também a alíquota zero para o leite e uma linha de crédito de R$ 100 milhões para pequenos comércios e serviços -, ficarão de fora os supermercados.
A decisão do governo de São Paulo atinge apenas o varejo de carne enquadrado no Simples. Ajuda, mas a capilaridade é das mais restritas.
Essa categoria de lojas tem quase nada de representatividade no mercado. Praticamente desapareceram, salvo nas periferias e pequenas cidades, em movimento semelhante ao das padarias, que sucumbiram quando os pontos de vendas de autosserviço também passaram a vender pães.
Mesmo assim, a pulverização de supermercados há alguns anos chegou nessas localidades. Além disso, com margens praticadas muito acima das lojas maiores, que possuem maior capacidade de compras em volume, espantam a freguesia.
O máximo que pode se esperar é que esses estabelecimentos consigam, agora, um pouco mais de poder de venda e uma proximidade maior dos seus preços com os dos supermercados.
StoneX
Caio Toledo Godoy, consultor da StoneX, avisa que talvez seja cedo para uma avaliação, apesar de concordar com a pequena capilaridade dos açougues.
“Temos que aguardar para ver se o corte do ICMS vai, de fato, ser repassado para o consumidor e se, em caso positivo, vai resultar em aumento de consumo”, diz.