Representante de Comércio dos EUA aconselha Biden a continuar pressionando a China
O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, deve continuar pressionando a China a seguir a Fase 1 de seu acordo comercial e usar tarifas como alavanca, disse à Reuters o representante de Comércio do país, Robert Lighthizer, acrescentando que Pequim fez “um trabalho razoavelmente bom” na implementação de partes do acordo.
Em uma rara entrevista na noite de terça-feira, Lighthizer defendeu o histórico do governo Trump na destruição do status quo do comércio e a imposição de tarifas unilaterais sobre 370 bilhões de dólares em produtos chineses.
Pequim assinou a Fase 1 do acordo comercial há quase um ano, após meses de tarifas, prometendo aumentar as compras de produtos agrícolas e manufaturados, energia e serviços dos EUA em 200 bilhões de dólares acima dos níveis de 2017 por dois anos.
As tarifas custaram aos importadores norte-americanos 71,6 bilhões de dólares desde sua imposição, em julho de 2018, de acordo com dados da alfândega dos EUA.
Questionado sobre o que Biden, declarado vencedor da eleição presidencial de 3 de novembro pelo Colégio Eleitoral na segunda-feira, deve fazer em relação à Fase 1, Lighthizer disse: “Eu manteria seus pés na brasa em relação à Fase 1.”
“Acho que em algumas partes eles (a China) fizeram um trabalho razoavelmente bom, em outras não”, disse Lighthizer.
Ele afirmou que Pequim está bem atrasada com seus compromissos de compra, em parte devido á pandemia. Até outubro, as compras de produtos e serviços norte-americanos pela China eram cerca de metade do nível que Fase 1 do acordo exigem, de acordo com o Peterson Institute for International Economics.
“Eu usaria o processo de solução de controvérsias para resolver questões específicas”, disse Lighthizer. “Eu manteria as tarifas em vigor. Acho que se você vir as tarifas se dissipando, é um sinal de que não estamos falando sério sobre o entendimento de que a China é um adversário estratégico.”
Biden disse em agosto que achava que a Fase 1 do acordo comercial estava “falhando”. Mas, em dezembro, ele disse a um colunista do New York Times que não planejava “nenhuma ação imediata” para mudar o acordo ou as tarifas sobre produtos chineses.