Economia

Repercussão- Banco Central eleva Selic em 1,5 ponto, para 7,75%

27 out 2021, 20:10 - atualizado em 27 out 2021, 20:10
Banco Central
Foi em linha com o que esperávamos, não faz o menor sentido imaginar que este BC fosse fazer 200 bps, 175 bps (Imagem: Agência Brasil)

O Banco Central aumentou o ritmo de aperto monetário nesta quarta-feira e promoveu uma alta de 1,5 ponto percentual na Selic, para 7,75% ao ano, numa tentativa de debelar as crescentes pressões inflacionárias.

Abaixo comentários de profissionais do mercado financeiro

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José Márcio Camargo, Economista-Chefe, Genial Investimentos

“Era basicamente o que uma boa parte do mercado estava esperando. Entretanto, dados os últimos acontecimentos na área fiscal, como a elevação no teto do gasto e todas as consequências que isso tem para o mercado, com desvalorização cambial, pressão sobre a taxa de juros, e pressão sobre a taxa de inflação, nossa avaliação é que esse aumento vai ser pouco efetivo no sentido de evitar uma deterioração ainda maior nas expectativas para inflação de 2022, 2023 e 2024. Na nossa avaliação, o Copom deveria ter dado pelo menos um comunicado um pouco mais duro, sinalizando que a política monetária vai ficar mais contracionista dado que a política fiscal está mais expansionista”

Patrícia Pereira, Estrategista-Chefe, MAG Investimentos

“Foi em linha com o que esperávamos, não faz o menor sentido imaginar que este BC fosse fazer 200 bps, 175 bps. Mas achei o comunicado bem econômico. A gente teve quebra fiscal relevante de uma métrica que todo mundo olhava, que tinha apuração fácil, era balizador de mercado e ele foi quebrado. Acho que a gente esperava um pouco mais de comunicação e eles foram bem econômicos.”

Carlos Kawall, Diretor, ASA Investiments

“Nos parecia que era melhor ele ir para o ritmo de 200 (pontos-base de alta), repetir em dezembro, e depois alcançar 12% até março. Ao fazer em ritmo de 150 torna mais desafiador chegar perto da meta em 22. O Copom está dando uma sinalização de maior aperto monetário, minha dúvida é se isso é suficiente. A gente imagina que o risco para a próxima reunião é ele ter que subir mais o ritmo de alta. Tanto pelo movimento da inflação subjacente quanto pela incerteza fiscal. No comunicado, senti um pouco a falta de uma coisa mais dura em termos da inflação e mesmo do fiscal, embora aí eu reconheça que é extremamente delicado e o quadro é incerto, com as dúvidas em torno do avanço da PEC (dos Precatórios) no Congresso. Esperamos que a ata dessa vez traga mais novidades.”