Comprar ou vender?

Rendimentos de até 12%: Cemig (CMIG4) pode entregar mais dividendos em 2024 com estes dois eventos no radar

26 mar 2024, 20:13 - atualizado em 26 mar 2024, 20:15
cemig-cmig4-dividendos
Cemig: Tese foi de “triste” a “feliz” e de “feliz” a “muito feliz” (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Há motivos para acreditar que a Cemig (CMIG4) pode pagar mais dividendos em 2024, afirma o Bradesco BBI, em relatório divulgado nesta terça-feira (26).

Na avaliação do banco, a tese de investimento da companhia de energia elétrica de Minas Gerais conseguiu ir de “triste” a “feliz” e de “feliz” a “muito feliz”. Isso porque o processo de federalização parece improvável, ou pelo menos muito difícil de executar, segundo avaliação do próprio Ministério da Fazenda.

“Isto não quer dizer que o cenário de federalização tenha sido posto de lado para sempre, mas a realidade é que concretizá-la pode ser demasiadamente difícil”, afirmam Francisco Navarrete, do BBI, e Ricardo França, da Ágora Investimentos.

Enquanto isso, os analistas avaliam que existem riscos positivos para os dividendos de 2024, com dois eventos extraordinários no radar.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Rendimentos de até 12%

Segundo o BBI, a Cemig pode chegar a um rendimento de dividendos de até 11-12% no ano fiscal de 2024, contra um consenso de 7,5%, tornando-a a empresa com o retorno mais alto de sua cobertura, “ao mesmo tempo que manteria a alavancagem contida (sem risco para os covenants de dívida)”.

Para isso acontecer, dois eventos precisam ser considerados: a venda de participação no Aliança Energia para a Vale (VALE3); e uma negociação bem-sucedida para reduzir as provisões de plano de saúde.

Sobre o primeiro tópico, os analistas levantam que a Cemig poderá vender em breve os 45% que ela detém na Aliança Energia à Vale, que detém os outros 55%.

“Com base em nossa estimativa de valor justo para a participação da Cemig na Aliança (R$ 2,1 bilhões), a Cemig registraria um ganho contábil de aproximadamente R$ 1 bilhão, implicando um rendimento extraordinário de 1,8% (assumindo o pagamento histórico da Cemig de 55%)”, comentam.

Já em relação às provisões de plano de saúde, o BBI diz que a Cemig poderá negociar com sucesso uma redução para acabar com o pagamento indevido de benefícios a funcionários aposentados. De acordo com a instituição, uma redução de 30% na provisão geraria um ganho contábil de R$ 99 milhões, implicando um rendimento extraordinário de 1,8% (payout de 55%).

Segundo o BBI, a Cemig pode ser uma boa ideia para investidores que buscam renda.

Por ora, o banco segue com recomendação neutra para as ações.