Renda variável: Afinal, qual é o prêmio de risco ideal para a Bolsa brasileira?
As mais novas evidências sugerem que o Homo sapiens surgiu na África cerca de 300 mil anos atrás. Esse é um histórico passível de revisão, à medida que novas descobertas vierem à tona, revelando a verdadeira extensão das pegadas da nossa espécie.
Até pouco tempo atrás, as melhores medições indicavam 200 mil anos de existência. Logo, nada impede que a contagem final, mais apurada, alcance um passado de 400 mil ou 500 mil anos.
Mesmo se for o caso, nossa marca na linha do tempo da Terra é singela, para não dizer desprezível. Os dinossauros reinaram por aqui durante 160 milhões de anos.
Aos nossos olhares antropocêntricos, parecemos importantes. Mas a verdade é que não merecemos mais do que uma nota de rodapé na longa história desde o surgimento da vida em nosso planeta.
Inúmeras outras espécies viveram milhões de anos a mais do que os humanos, sem qualquer menção relevante nos livros.
Somos menores e mais frágeis do que gostaríamos de admitir ao olhar no espelho; transitamos em um intervalo tênue de condições de sobrevivência. Ontem à noite, a babá eletrônica caiu na minha testa, formando um galo que ainda dói. A quarenta centímetros de distância, havia uma cabeça de bebê.
A renda variável vai vingar no Brasil?
Isso é o quão frágil somos. Se tomássemos em plena conta essa fragilidade, faltaria confiança para seguirmos adiante. Já dizia Eduardo Giannetti: o autoengano é condição necessária para a evolução da Humanidade.
Devemos nos enganar, mas não podemos enganar muitas pessoas, por muito tempo. O que nos leva à clássica questão: onde está o equity risk premium tupiniquim? Em qual contexto, a Renda Variável – como classe de ativos – é capaz de evoluir no Brasil?
Em um contexto muito específico – intervalo tênue –, que é também o da evolução do próprio Brasil para além de uma fazenda rentista. Algo como juros reais entre 2,5% e 3,5% ao ano. Menos do que isso foi a várzea.
Mais do que isso é o peso esmagador que sentimos hoje. Nenhum país do mundo consegue sobreviver com a curva de juros futuros marcada a mercado atualmente no Brasil.
Ou estamos baratos para a reversão à média, e chegaremos aos 160 milhões de anos, ou estamos caros para o estouro da dívida pública, e encerraremos nossa participação nesta peça como meros figurantes. Do jeito que está não fica.
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