Renda fixa: XP aumenta exposição em títulos públicos na carteira recomendada para outubro
O time de analistas da XP Investimentos selecionou cinco títulos de renda fixa para buscar retornos consistentes, considerando o atual cenário de alta nos juros brasileiros e queda nos norte-americanos.
A carteira recomendada oferece uma diversificação estratégica, com ativos variados em termos de prazos, indexadores, emissores e setores, com o objetivo de reduzir o risco global das carteiras dos investidores.
Sobre as escolhas, a casa destaca que é importante sempre atentar-se ao perfil de cada investidor, ao prazo do ativo em relação aos objetivos e ao tamanho da alocação. “Principalmente para crédito privado, não recomendamos exposições a um único emissor maiores do que 1% a 3% da sua alocação, sendo menor quanto maior o risco do título”.
Entre as sugestões, destaca-se o título público Tesouro Selic, com vencimento em março de 2029. Este título é emitido pelo Tesouro Nacional e compões a dívida pública interna.
Segundo os analistas, essa escolha é pautada principalmente no cenário de alta de juros, que a equipe econômica da XP enxerga que finalize o ano de 2024 no patamar de 11,75%.
Outro destaque é o título público NTN-B, com vencimento em agosto de 2028, corrigido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esse título oferece proteção contra a inflação, com o principal ajustado ao longo do tempo.
“Em nosso cenário base, esperamos que a inflação feche 2024 em 4,4% e 2025 em 4,0%. Mantemos uma parcela de ativos atrelados à inflação como proteção, especialmente devido à imprevisibilidade da trajetória inflacionária em prazos mais longos”, explicam os analistas de renda fixa da XP.
O NTN-F, com vencimento em janeiro de 2027, também entra na seleção de outubro da casa. O título é prefixado — ou seja, não é atrelado a nenhum indexador — e é uma opção mais benéfica em cenários de expectativa de baixa de juros.
Entre os ativos de crédito privado, a XP recomenda o CDB Facta, com rendimento de 114% do CDI e vencimento em setembro de 2026.
No crédito privado, os destaques são debênture da Energisa Paraíba, com vencimento em setembro de 2033, e de Jalles Machado, com vencimento em maio de 2034.
Os analistas enfatizam que as mudanças na carteira de renda fixa não significam a necessidade de vender os títulos adquiridos anteriormente. Eles lembram que esses ativos, geralmente, devem ser mantidos até o vencimento e, que a venda antecipada, através da marcação a mercado, requer cautela.
Confira as recomendações de renda fixa da XP
Ativo/Emissor | Indexador | Vencimento | Ticker | Taxa Indicativa | Isento de IR? | Taxa Gross-Up |
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Tesouro Selic | %Selic | 01/03/2029 | Selic + 0,1% | Não | Selic + 0,1% | |
NTN-B | IPCA+ | 15/08/2028 | IPCA+ 6,31% | Não | IPCA+ 6,31% | |
NTN-F | Prefixado | 01/01/2027 | 11,67% | Não | 11,67% | |
Debênture Energisa Paraíba | IPCA+ | 15/08/2028 | SAELA3 | IPCA+ 6,30% | Sim | IPCA+ 7,78% |
Debênture Jalles Machado | IPCA+ | 17/10/2033 | JALL24 | IPCA + 6,10% | Sim | IPCA+7,84% |
Vale lembrar que os dois últimos ativos são isentos de Imposto de Renda e, portanto, a equipe de Reserach da XP realiza um cálculo que incorpora a carga tributária ao preço de venda de uma mercadoria para equipar os rendimentos de um título isento e outro não. Essa taxa chama-se gross-up.