Renda Fixa Turbo: Como fazer a sua reserva de emergência em dólar
Apoiada principalmente na renda fixa, a reserva de emergência é primeiro passo para quem deseja começar com sucesso no mundo dos investimentos.
Mas será que o investidor brasileiro tem ideia de como construir uma reserva de emergência em dólar? E o tão falado calote da dívida pública dos Estados Unidos é motivo para pânico?
Por isso, esta edição do Renda Fixa Turbo apresenta as melhores opções disponíveis para brasileiros.
Enquanto no Brasil o Tesouro Selic é um dos produtos mais indicados por especialistas em finanças pessoais para construir a reserva de emergência, nos Estados Unidos são os ETFs de renda fixa os mais indicados para brasileiros montarem o seu pé-de-meia em dólar.
ETFs de renda fixa nos EUA
Para acessar os ETFs de renda fixa em dólar, antes de mais nada, é necessário que o investidor brasileiro tenha conta em alguma corretora que ofereça acesso direto à Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).
Há quatro ETFs de renda fixa que compram dívida pública de curto prazo dos EUA que são adequados para uma reserva de emergência em dólar, com prazos de vencimento que variam entre três e 24 meses.
ETFs de renda fixa em dólar | Código | Dividend Yield (%) | Taxa de administração (%) |
---|---|---|---|
iShares Treasury Floating Rate Bond ETF | TFLO | 4,55 | 0,15 |
iShares 0-3 Month Treasury Bond ETF | SGOV | 3,79 | 0,05 |
SPDR Bloomberg 1-3 Month T-Bill ETF | BIL | 3,76 | 0,14 |
iShares Short Treasury Bond ETF | SHV | 4,30 | 0,15 |
Nos EUA os ETFs de renda fixa pagam dividendos aos investidores – ou seja, além da valorização da cota ao longo do tempo, também há o recebimento de proventos.
Entretanto, a renda fixa nos EUA remunera bem abaixo dos juros que o investidor encontra no Brasil. Enquanto a Selic aqui é de 13,75% ao ano, a taxa básica de juros nos EUA oscila na banda de 5% a 5,25% ao ano.
Outro detalhe é que a reserva de emergência em dólar não tem liquidez diária, mas liquidez D+2 (dois dias úteis após a solicitação do resgate).
Calote da dívida dos EUA
Se ao adquirir ETFs de renda fixa em dólares que compram títulos da dívida pública dos EUA é o mesmo que financiar o governo do país, será que não é arriscado demais fazer isso com notícias sobre eventual calote dos EUA?
De fato, o risco de calote da dívida pública dos EUA já supera, em muito, o de três gigantes da tecnologia: Apple, Microsoft e Google. Mas a situação não é trivial por alguns motivos.
Em condições normais, o risco de inadimplência de um país é menor que o das empresas que operam no território.
“O calote em títulos ou contas do Tesouro dos Estados Unidos, a própria definição de um ativo livre de risco, é quase impensável. Isso perturbaria ativos de risco de todos os tipos”, explicam os gestores Jim Cielinski e Garrett Strum, da Janus Henderson Investors.
Portanto, na visão dos gestores, o risco real de um calote da dívida público dos EUA (a data X) é extremamente remoto, abaixo de 1%.
A maioria das estimativas sugere que a data X possa acontecer em julho ou agosto, embora possa ser mais cedo.