Renda fixa: Títulos mais arriscados rendem até 17,6% ao ano; analistas preferem CDI e IPCA
A renda fixa continua no radar dos investidores em 2023, especialmente, após a taxa Selic ter sido mantida em 13,75% ao ano pelo Banco Central. As taxas seguem em alta na curva de juros nesta quinta-feira (23), com títulos mais arriscados oferecendo rentabilidade de até 17,6% ao ano.
O mercado caiu do cavalo quando achou que a taxa básica de juros pudesse cair já a partir da próxima reunião do Copom em maio. Para Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren, a Selic deve continuar em 13,75% ao longo de 2023 ou só cairá nas últimas reuniões do ano.
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“O tom do Copom foi duro e não descarta até elevação dos juros. Soma-se a isso a elevação das projeções de inflação e o risco de o novo arcabouço fiscal não ser visto como crível pelos investidores”, acrescenta.
Com isso, para quem prefere travar uma boa taxa de rentabilidade no crédito privado e carregar até o vencimento, a crise de crédito encabeçada pela Americanas (AMER3) ampliou a remuneração de investimentos como CRAs, CRIs e debêntures.
Alocação na renda fixa
Na alocação de ativos de renda fixa, o estrategista do Itaú BBA Lucas Queiroz opta por uma carteira mais concentrada em títulos pós-fixados, justamente para ter a chance de lucrar com o período de juros elevados no Brasil. Ele recomenda o Tesouro Selic para quem não quer correr risco de crédito.
Nem todas as fichas do investidor de renda fixa devem se concentrar no CDI. Os títulos indexados à inflação, que repõem o IPCA mais uma taxa fixa, seguem atrativos mesmo após os recentes fechamentos nas taxas.
Pensando na estratégia de travar uma rentabilidade e levar a vencimento, os juros pagos pelos títulos de inflação encontram-se maiores do que os oferecidos pelos papéis prefixados, sobretudo com expectativas de aumento do IPCA nos próximos anos.
No caso dos títulos de renda fixa mais arriscados, papéis indexados à inflação oferecem um juro real ao redor de 8% ao ano, porém com o investidor assumindo o risco da empresa dar calote.
Renda fixa mais arriscada
O Money Times apurou que os CRAs, CRIs e debêntures com as taxas de rentabilidade mais expressivas nos mercados primário e secundário de renda fixa giravam ao redor de 17,6% ao ano, com prazos de vencimento de até quatro anos e meio para o resgate, de acordo com dados do TradeMap.
O Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.
Investimento | Rentabilidade | Taxa de carrego | Aporte mínimo (R$) | Corretora |
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CRI – Patrimar | 17,66% | CDI + 1,20% | 1.024,66 | XP Investimentos |
Vencimento | Ganho na CRI (R$) | Ganho na Poupança (R$) | Taxa de Imposto de Renda |
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16/09/2027
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1.914,33 | 1.453,62 | Isento |
Investimento | Rentabilidade | Taxa de carrego | Aporte mínimo (R$) | Corretora |
---|---|---|---|---|
CRA – Sempre Sementes | 16,51% | IPCA + 7,78% | 1.064,29 | Rico |
Vencimento | Ganho na CRA (R$) | Ganho na Poupança (R$) | Taxa de Imposto de Renda |
---|---|---|---|
10/02/2027
|
1.771,03 | 1.441,56 | Isento |
Investimento | Rentabilidade | Taxa de carrego | Aporte mínimo (R$) | Corretora |
---|---|---|---|---|
Debêntures – Tenda | 16,49% | CDI + 5,30% | 1.028,04 | Nu Invest |
Vencimento | Ganho na debênture (R$) | Ganho na Poupança (R$) | Taxa de Imposto de Renda |
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23/05/2026
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1.696,18 | 1.330,68 | Isento |
Investimento | Rentabilidade | Taxa de carrego | Aporte mínimo (R$) | Corretora |
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CRA – Quata | 16,25% | IPCA + 7,57% | 1.062,80 | XP Investimentos |
Vencimento | Ganho na CRA (R$) | Ganho na Poupança (R$) | Taxa de Imposto de Renda |
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11/12/2026
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1.717,79 | 1.420,89 | Isento |
Investimento | Rentabilidade | Taxa de carrego | Aporte mínimo (R$) | Corretora |
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CRI – True Securitizadora | 16,06% | 100% do CDI | 777,54 | Órama |
Vencimento | Ganho na CRI (R$) | Ganho na Poupança (R$) | Taxa de Imposto de Renda |
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10/11/2025
|
1.088,74 | 963,71 | Isento |
Os preços e as taxas dos CRAs, CRIs e debêntures foram consultados no dia 23 de março de 2023. Os valores podem oscilar em razão da marcação a mercado, além da variação dos indexadores CDI e IPCA ao longo do tempo.
O investimento em CRAs, CRIs e debêntures não tem a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
Daí a importância do investidor acompanhar notas de crédito e indicadores financeiros das empresas que vêm a mercado pegar dinheiro emprestado.
As melhores oportunidades de investimento, com taxas maiores e prazos mais curtos, costumam estar presentes no mercado secundário de renda fixa, a depender da oferta e demanda nas corretoras de valores.
O melhor horário para acessar o mercado secundário (títulos que já foram vendidos por um primeiro investidor) é logo após a abertura do pregão às 10h (horário de Brasília).