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Renda fixa: Títulos mais arriscados rendem até 17,6% ao ano; analistas preferem CDI e IPCA

23 mar 2023, 15:49 - atualizado em 23 mar 2023, 15:53
Renda fixa
Renda fixa chama atenção dos investidores em 2023, com títulos mais arriscados pagando mais em tempos de Selic a 13,75%. (Imagem: Agência Brasil/ Marcello Casal Jr.)

A renda fixa continua no radar dos investidores em 2023, especialmente, após a taxa Selic ter sido mantida em 13,75% ao ano pelo Banco Central. As taxas seguem em alta na curva de juros nesta quinta-feira (23), com títulos mais arriscados oferecendo rentabilidade de até 17,6% ao ano.

O mercado caiu do cavalo quando achou que a taxa básica de juros pudesse cair já a partir da próxima reunião do Copom em maio. Para Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren, a Selic deve continuar em 13,75% ao longo de 2023 ou só cairá nas últimas reuniões do ano.

“O tom do Copom foi duro e não descarta até elevação dos juros. Soma-se a isso a elevação das projeções de inflação e o risco de o novo arcabouço fiscal não ser visto como crível pelos investidores”, acrescenta.

Com isso, para quem prefere travar uma boa taxa de rentabilidade no crédito privado e carregar até o vencimento, a crise de crédito encabeçada pela Americanas (AMER3) ampliou a remuneração de investimentos como CRAs, CRIs e debêntures.

Alocação na renda fixa

Na alocação de ativos de renda fixa, o estrategista do Itaú BBA Lucas Queiroz opta por uma carteira mais concentrada em títulos pós-fixados, justamente para ter a chance de lucrar com o período de juros elevados no Brasil. Ele recomenda o Tesouro Selic para quem não quer correr risco de crédito.

Nem todas as fichas do investidor de renda fixa devem se concentrar no CDI. Os títulos indexados à inflação, que repõem o IPCA mais uma taxa fixa, seguem atrativos mesmo após os recentes fechamentos nas taxas.

Pensando na estratégia de travar uma rentabilidade e levar a vencimento, os juros pagos pelos títulos de inflação encontram-se maiores do que os oferecidos pelos papéis prefixados, sobretudo com expectativas de aumento do IPCA nos próximos anos.

No caso dos títulos de renda fixa mais arriscados, papéis indexados à inflação oferecem um juro real ao redor de 8% ao ano, porém com o investidor assumindo o risco da empresa dar calote.

Renda fixa mais arriscada

Money Times apurou que os CRAs, CRIs e debêntures com as taxas de rentabilidade mais expressivas nos mercados primário e secundário de renda fixa giravam ao redor de 17,6% ao ano, com prazos de vencimento de até quatro anos e meio para o resgate, de acordo com dados do TradeMap.

Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.

Investimento Rentabilidade Taxa de carrego Aporte mínimo (R$) Corretora
CRI – Patrimar 17,66% CDI + 1,20% 1.024,66 XP Investimentos
Vencimento Ganho na CRI (R$) Ganho na Poupança (R$) Taxa de Imposto de Renda
16/09/2027
1.914,33 1.453,62 Isento
Investimento Rentabilidade Taxa de carrego Aporte mínimo (R$) Corretora
CRA – Sempre Sementes 16,51% IPCA + 7,78% 1.064,29 Rico
Vencimento Ganho na CRA (R$) Ganho na Poupança (R$) Taxa de Imposto de Renda
10/02/2027
1.771,03 1.441,56 Isento
Investimento Rentabilidade Taxa de carrego Aporte mínimo (R$) Corretora
Debêntures – Tenda 16,49% CDI + 5,30%  1.028,04 Nu Invest
Vencimento Ganho na debênture (R$) Ganho na Poupança (R$) Taxa de Imposto de Renda
23/05/2026
1.696,18 1.330,68 Isento
Investimento Rentabilidade Taxa de carrego Aporte mínimo (R$) Corretora
CRA – Quata 16,25% IPCA + 7,57% 1.062,80 XP Investimentos
Vencimento Ganho na CRA (R$) Ganho na Poupança (R$) Taxa de Imposto de Renda
11/12/2026
1.717,79 1.420,89 Isento
Investimento Rentabilidade Taxa de carrego Aporte mínimo (R$) Corretora
CRI – True Securitizadora 16,06% 100% do CDI 777,54 Órama
Vencimento Ganho na CRI (R$) Ganho na Poupança (R$) Taxa de Imposto de Renda
10/11/2025
1.088,74 963,71 Isento

Os preços e as taxas dos CRAs, CRIs e debêntures foram consultados no dia 23 de março de 2023. Os valores podem oscilar em razão da marcação a mercado, além da variação dos indexadores CDI e IPCA ao longo do tempo.

O investimento em CRAs, CRIs e debêntures não tem a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

Daí a importância do investidor acompanhar notas de crédito e indicadores financeiros das empresas que vêm a mercado pegar dinheiro emprestado.

As melhores oportunidades de investimento, com taxas maiores e prazos mais curtos, costumam estar presentes no mercado secundário de renda fixa, a depender da oferta e demanda nas corretoras de valores.

O melhor horário para acessar o mercado secundário (títulos que já foram vendidos por um primeiro investidor) é logo após a abertura do pregão às 10h (horário de Brasília).

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